100% curado!!! =D

Ainda lembro do dia que o quarto pediatra em que eu levei o Matheus (atual, inclusive) falou: "Huuuum, isso está com toda cara de alergia à proteína do leite da vaca. Como não sou especialista, vou te pedir para procurar um gastopediatra. Enquanto isso, comece a fazer uma dieta excludente de leite e todos os derivados enquanto amamenta." Aquilo não caiu bem. Apesar de não ser um problema grave, todo mundo quer o filho 100% saudável e sem nenhuma restrição. Fomos à gastopediatra que praticamente bateu o martelo: é aplv. Explicou tudo nos mínimos detalhes e me orientou a continuar com a dieta, já que o resultado só apareceria a partir de 20 dias. Por o meu organismo não ser alérgico, o leite demorava a sair do meu organismo. Não era como algo estragado ou um veneno, que teria reação imediata do meu corpo visando a expulsá-lo. O leite, que para mim era algo comum, só agia como um "veneno" para meu neném. Veio a dieta, o complemento do cálcio, mas nem tudo deu certo. Eu seguia amamentando, vieram os 25 dias seguintes, e o Matheus não melhorava completamente. O choro ainda continuava, o cocô mole a cada mamada continuava. Restringimos ainda mais a dieta. Além do leite, eu passei a também não comer ovo, carne vermelha, frutos do mar, amendoim, gelatina nem nada com corante. Também não comia nada na rua, pois caldo knorr tem proteína análoga à leite, a chapa usada para grelhar o meu frango podia estar suja de manteiga, por exemplo, o óleo que os restaurantes usavam provavelmente era o de soja... Antes mesmo de vermos resultado e já tomando suplemento alimentar, comecei a ficar fraca. Vivia cansada e sonolenta, porque além de tudo, as dores e cólicas não deixavam meu bebê dormir à noite. Veio a estafa, o primeiro desmaio. Minha mãe apavorada dizendo para eu tentar alternativa, que eu não podia comer tão pouco e que meu filho precisava de mim. Eu sem querer deixar de amamentar e para isso precisava seguir com a dieta. Mas como seguir com a dieta naquelas condições? Rezei, pedi orientação a Deus, desabafei com as amigas. Não sabia o que fazer. Não queria deixar a amamentação. Hoje, eu sei que fui tomada por um egoísmo, pois eu já não conseguia estar completa para o meu filho na amamentação e nem fora dela, pela fraqueza que sentia. Decidi ficar só com o leite especial e me privar do prazer que era amamentar, antes que fosse tarde, antes que ele sofresse mais e já pedisse o mamá. Lembro o dia que abri a primeira lata de Neocate, com lágrimas nos olhos... o cheiro era horrível e parecia de água sanitária. Como eu faria meu neném beber aquilo? Apesar de saber que o paladar dele era virgem, que ele não sentiria tanto quanto eu, eu não deixava de pensar que estava sendo cruel. Sentia-me impotente, fracassada, sentia que eu não tinha conseguido só com o meu leite sustentar e dar o conforto que meu filho precisava. Sofri muito, mas decidi que aquele momento não era hora de lamento, mas de ação. Eu esperava que com o tempo aquela sensação passaria e ficaria o sentimento de dever cumprido. 

Fui ao posto de saúde conseguir vaga no programa que fornecia gratuitamente o leite especial (Neocate), que custava 170 reais. Nessa época, Matheus ainda usava 10 latas por mês. Graças a Deus, consegui rápido uma consulta (no mês seguinte) com ajuda de uma amiga de amiga que trabalhava em outro posto de saúde mas me ajudou a agilizar o processo, e da gastropediatra que, coincidentemente, trabalha no hospital Jesus e continuou a atendê-lo lá, o que me dispensava de ir ao consultório e pagar a consulta particular, já que ela não atendia meu plano. Lembro um dia que eu vinha com uma grande caixa com as latas de leite nos braços e quando saímos do hospital, minha mãe comentou: "O que fazemos pelos filhos, né? É tão estranho ver essa cena... Você que sempre foi minha princesa e eu vi arrumadinha, estava ali com o cabelo meio enrolado no alto da cabeça, meio desgrenhado, carregando aquela caixa pesada, com uma roupa qualquer, toda largada... nunca antes tinha precisado de hospital público e agora enfrenta filas e passa quase o dia inteiro para garantir o que seu filho precisa." Eu, que não tinha pensado nisso, não podia discordar. Modéstia à parte, eu tinha mesmo virado uma leoa e crescido para satisfazer o que meu filho precisava naquele momento. 

Fiz o tratamento certinho, o tempo passou, fomos mudando o leite e aos poucos introduzindo a proteína do leite, depois introduzimos o açúcar do leite (a lactose), vieram os derivados, a manteiga, o pão de cachorro quente, o iogurte!!! Ah, mas que alegria senti ao ver meu filho tomando iogurte pela primeira vez... ele batia os bracinhos de felicidade pedindo mais! Eu que sempre disse que só ofereceria açúcar depois dos 2 anos, joguei essa regra pro alto! Eu tinha motivos para querer que ele comesse, eu tinha motivos para querer ver pra crer e acreditar que aquilo era real! Meu filho podia comer de tudo, gente! Que alegria!!! E na última consulta veio o leite... começamos com 30, 60, 90 ml, e assim sucessivamente, de leite integral, misturados ao leite sem lactose, o que já estava tomando. A nutricionista tinha orientado: se sentir um chorinho, um desconforto, uma dorzinha de barriga, fique tranquila. Ele nunca tomou o leite assim e agora o grau de concentração de proteína será total, então pode acontecer. O que eu não quero é diarreia líquida ou vômito. Não vou negar. Nos dias em que ele tomou 30 e 60, os primeiros, aconteceu uma dorzinha sim. Ele bateu as perninhas, procurou meu colo, se contorceu, chorou. Tive medo. Pra mim, sempre é muito difícil conviver com qualquer dorzinha ou desconforto dele, meu bem mais precioso. Mas não houve alteração no cocô, não houve nenhuma maior intercorrência. Então continuamos. E essa semana chegamos à mamadeira completa de leite integral, de pura proteína e lactose. Não sei se alguma mãe que não tenha passado por isso ou situação parecida é capaz de imaginar minha felicidade. Não que isso seja nada grave, sei que existem problemas e restrições infinitamente maiores e seria um abuso eu comparar a esses. Mas saber que meu filho vai à festinha dos amigos e poderá comer bolo, docinhos, poderá ir a casa de um amiguinho em que a mãe sirva pizza e não precise ficar constrangido de negar ou passar vontade de comer é um sonho realizado. Graças a Deus, foi muito antes do que eu imaginava. Com 1 ano e meio, meu filho, que por ter enfrentado todas as dores, cólicas e desconfortos já no início da vida, é um guerreiro, conseguiu. E do jeito que aconteceu até hoje, eu estarei aqui para te ajudar no que precisar por toda a vida, meu amor. Juntos somos muito melhores.

Agradeço em especial a meus pais, avós mais que atenciosos, amorosos, incansáveis e com inúmeras qualidades que eu não seria capaz de descrever , que sempre me deram todo apoio físico, emocional e estrutural de que precisei, nos bastidores, sem cobrar nada em troca (ok, cobrar a presença do neném em troca rs), todas as vezes que foram ao hospital ou posto de saúde comigo, todo o cuidado único e exclusivo que sempre tiveram com o meu filho perdendo dias inteiros e deixando compromissos; ao Rafael, por sempre ter me encorajado a seguir minha intuição e acreditado nas minhas desconfianças sobre as cólicas fortíssimas, por ter concordado com as minhas decisões nesse sentido sem questionar nada, por ouvir meus choros e desabafos inúmeras vezes diante da impotência sobre o que fazer com aquele pequenininho que tanto sofria, por perder muitas vezes a esposa, que naquele momento tinha virado só mãe; à amiga Carla Procopio, que me orientou sobre o PRODIAPE, me consolou dizendo que ia passar naquele momento em que havia um turbilhão de preocupações em cima de mim, me dando força pra acreditar na cura rápida como também tinha acontecido com seu filho; às amigas que sempre estiveram ao meu lado acompanhando o assunto, perguntando, se preocupando; a duas pessoas que provavelmente não lerão esse texto, a Márcia, conhecida da Carla, que me ajudou a agilizar o processo no posto de saúde, e à Luciana, amiga da minha amiga Zaira, que nos 3 meses em que faltou o Neocate no Hospital Jesus, me forneceu muitas latas (já que seu trabalho também oferecia) para que eu não precisasse pagar aquele valor caríssimo. Essas últimas pessoas que nem sequer me conhecem pessoalmente, só agiram assim diante da minha súplica e porque têm bom coração. A esses, minha gratidão infinita. Meu filho está curado. Tenho o sentimento de dever cumprido, um dos primeiros dos muitos que virão. Juntos somos melhores e ninguém pode abater. Obrigada, Senhor, por mais essa dádiva em nossas vidas. 

Mamãe Musa já deu até brigadeiro. Mas o neném, saudável que só, recusou. hihihi

Em mim, de novo, batem dois corações

Quem me conhece sabe como sempre quis ter uma família. Depois que formei minha família pelo sacramento do matrimônio, queria muito um filho. Mas eu nem imaginava o quanto ia me transformar depois desse evento em minha vida. Depois que Matheus nasceu, tornei-me uma apaixonada, entusiasta e amante da maternidade, quem convive comigo percebe, sente. Então, só tive mais certeza de que minha família ainda iria crescer e de preferência, rápido. hehehe. Primeiro pela vontade de dar a maior herança que antecipadamente posso dar ao meu filho, um/a irmã/o, e segundo porque para mim a maternidade, melhor coisa da vida, é boa demais para ser vivenciada com um só. Por essas e por outras razões talvez não tão principais e que surgirão ao longo dos meus textos, é com a maior alegria do mundo que venho comunicar que estou grávida novamente!!! Sou uma mãe ao quadrado ou uma bimãe!!! =D

A data prevista do meu parto é dia 06/06, ou seja, neném #1 e neném #2 terão datas de aniversário bem próximas ou quem sabe a mesma, já que a do Matheus era 04/06 e ele nasceu em 25/05. Isso não foi planejado nem combinado, mas quando soube eu achei que ficou tão bonitinho. O planejamento era iniciar as tentativas quando Matheus tivesse 1 ano e 3 meses, para ter uma diferença mínima de 2 anos entre os 2 e como a primeira tentativa foi certeira, teremos os exatos 2 anos de diferença. =D

Descobri a gravidez em Maceió, na véspera da minha volta de férias ao Rio de Janeiro. Pouco antes de viajar percebi que, se não estivesse grávida, ficaria menstruada durante a viagem. Como não queria bagunçar meu ciclo voltando com a pílula, acabei me conformando em usar absorvente interno nos momentos em que fosse ficar na praia/piscina. Viajei para o Nordeste no dia 19 e, no dia 18, com um ciclo que já durava 35 dias, fiz um teste de farmácia e deu negativo. Já não achava mais que pudesse ter acontecido uma gravidez. No dia 26, meus seios começaram a doer um pouco e normalmente  não sinto essas dores antes de menstruar. Como nesse dia a menstruação ainda não tinha vindo e o ciclo já durava 43 dias, comentei com o Rafael que achou que eu estava grávida. Falei que chegando ao Rio faria o teste, quando ele prontamente respondeu: Claro que não, já que temos essa desconfiança, vamos descobrir em Maceió!!!  hehehe. Então fomos à farmácia e compramos o teste. Passeamos, voltamos para o hotel e acho que ele já tinha até esquecido (ele é bastante desligado e nada ansioso). Falei que tomaria banho, abri o chuveiro para ele não desconfiar, fiz o teste, vi as 2 listrinhas fortes, voltei para o quarto com a tirinha do teste na mão gritando: É, Fofucho, a gente não brinca mesmo em serviço! No primeiro mês de tentativa, já vem aí nosso segundinhoooooooo!!!! Ficamos muito felizes, ele me abraçou, pegamos Matheus no colo, fizemos "sanduíche de neném" (beijo no neném com um em cada bochecha) e começamos a falar: Nenééééém, você foi promovido a irmão mais velho!!! ÊÊÊÊÊ, você vai ter um irmãozinho
 ou irmãzinho e batemos palmas! Como ele A-DO-RA aplausos, ficou todo feliz e sorridente batendo palminhas também, bem estaladas, de tão empolgado. Nesse mesmo dia, escrevi no facebook "É maravilhoso, Senhor, ter tão pouco a pedir de tanto agradecer." Quem viu meu status nesse dia reconhecerá. Fiz o beta-HCG no sábado seguinte (dia 28/09) que confirmou a a gestação. Esperei a primeira ultra e a certeza de que está tudo bem para postar. A ultra aconteceu no dia 16/10 e o tamanho do embrião foi o que determinou minha DPP (data prevista do parto), porque como meu ciclo foi longo, pela DUM (data da última menstruação) eu já estaria com a gestação mais adiantada. Pelo tamanho do embrião, hoje estou com exatas 8 semanas, dia em que meu pequeno príncipe faz 1 ano e 5 meses de muita alegria e gostosura.

Agradeço a Deus pela alegria, honra, felicidade e bênção de gerar mais uma vida! Peço a Ele, com a intercessão de Nossa Senhora do Bom Parto, que me acompanhe em toda a gestação e na hora, trazendo para o meu colo um bebê saudável, lindo e fofo como o irmão mais velho. No mais, quero dizer que a descoberta, a ansiedade, a felicidade me faz sentir como se fosse a primeira vez, com a diferença de que agora já conheço o amor de mãe pelo bebê depois da gestação, que é ainda maior e cresce a cada dia, de uma forma inexplicável, que parece ir além do infinito. Por isso me sinto ainda mais plena! Feliz é pouco!!! Obrigada, Senhor, pelo dom da maternidade, agora de dois!!! Vivaaaaaaaaaaa!!! =D

Mamãe Musa é a mulher mais feliz do mundo! \o/

Alérgico? Quem disse??? =D

É com muita alegria que venho compartilhar que meu bebê não é mais alérgico à proteína do leite da vaca!!! ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!! 

Todascomemoramuitooooooooo!!! Vocês não imaginam minha felicidade com mais essa superação do meu neném. A trajetória do Matheus, na luta contra a APLV, foi a seguinte: 

- Neocate + leite materno com dieta aos 4 meses de vida (setembro/12) 
- Tentativa de Alergomed em fevereiro/12 mal sucedida. Uma mamadeira foi suficiente para deixá-lo com cólica, dores e diarreia, o que me fez suspender e voltar ao Neocate no mesmo dia. 
- Pregomim Pepti logo após o aniversário de 1 ano
- Aptamil Soja 2 em julho. Aqui já tivemos um grande avanço! Boa parte dos alérgicos à leite também são à soja e se ele tinha aceitado bem o leite de soja, significava que, caso ele um dia tivesse sido alérgico à soja, não era mais. 
- Finalmente o Aptamil sem lactose, mas com proteínas lácteas, em setembro/13, com grande sucesso, significando que ele não é mais alérgico à leite, apenas intolerante à lactose!!! ÊÊÊÊÊÊÊÊ! 

Como não podemos pular etapas, não podemos introduzir de vez a lactose, mas hoje podemos dizer que, na pior das hipóteses, ele só é intolerante à lactose, porque talvez nem isso ele seja mais, já que só conseguiríamos ter certeza com a tentativa e agora não é o momento prudente para introduzir. Precisamos esperar um tempinho sem a lactose, apenas com a proteína do leite, para dar tempo de sua parte gastrointestinal ficar mais madura. 

Como estou escrevendo na hora do almoço e meu tempo está curto, depois volto para explicar melhor a diferença entre esses leites e entre alergia à proteína do leite da vaca e intolerância à lactose (essa última bem menos restritiva). Agora só queria compartilhar mesmo com vocês minha alegria diante dessa grande vitória e superação do meu filhote. Pensem numa mãe feliz! "Esse cara sou eu!!!" Feliz demaaaaaaaaaaaaiiiiiissssss!!!! =D 

Mamãe Musa agradece a torcida de sempre. :) 

Sobre sono de bebês e ninfomaníacos

A API * recomenda a cama compartilhada. Matheus estava dormindo mal no berço, ainda que ele nunca tenha dormido completamente sozinho, porque tem cama de solteiro no quarto dele, então eu e Rafael revezávamos para dormir lá. Como me identifico muito com os preceitos da criação com apego, decidi adotar a cama compartilhada até eu perceber uma maior segurança dele para dormir sozinho. Ele ainda não teve uma evolução significativa constante. Acorda algumas vezes durante a noite, então não notei tanta diferença no sono em si. Mas na forma de acordar, percebi diferença, sim. Ainda que quase sempre quando acorda de madrugada comece um chorinho, parece que me ver imediatamente e me ouvir conversando com ele de perto traz mais segurança. Quando ele acorda, eu falo no mesmo tom de voz de durante o dia, sem angústia ou afobação: Neném, a mamãe está aqui. Fica tranquilo, pode voltar a dormir que a mamãe está com você em todos os momentos. Mesmo que eu não estivesse aqui fisicamente, se você precisar de proteção eu vou aparecer. Pode deitar e ficar quietinho que o sono vai chegar e você vai dormir bem. Eu fico sentada com ele, não tento imediatamente pegar no colo. Às vezes ele deita e dorme e às vezes me dá os bracinhos, eu pego sentada mesmo e ele volta a dormir.

Eu já me perguntei porque ele acorda tanto. Já tentei ir ao encontro da minha sombra, como sugerido no livro da Laura Gutman (A maternidade e o encontro com a própria sombra). Lá ela dá o exemplo de uma mulher que era mãe solteira, tinha sido abandonada pelo marido e, na interpretação dela, o bebê acordava muito para dizer a mãe algo do tipo "estou aqui, agora você tem a mim, não precisa se sentir desprotegida". Não estou numa fase de me sentir carente de amor, mas me sinto carente do tempo com ele, sempre. Minha volta ao trabalho foi muito conturbada, eu me sentia culpada por ter de me afastar dele durante o dia. Tanto tempo já passou, em dezembro faz 1 ano que voltei, mas será que isso ainda é um reflexo? Sinceramente não sei. Essa é uma parte da minha sombra que não consegui alcançar. Caso eu seja indiretamente responsável por ele ainda não conseguir dormir direto um tempo significativo, por alguma carência minha, como é da teoria da Gutman, tento compensar na minha presença atendendo-o à noite da mesma forma que atendo durante o dia. Caso vocês queiram deixar dicas e sugestões, serão muito bem-vindas. Ah, e ele tem rotina à noite, com luz baixa, eu nino, canto, falo mais baixinho e sempre no mesmo horário, isto é, não é falta de rotina, como a maioria prevê que seja e sugere.

Mas ainda sabendo que em alguns casos é melhor para a mãe e para o bebê, alguns morrem de preconceito com a cama compartilhada. Acho ótimo que os bebês durmam no berço assim como acho ótimo que os bebês durmam a noite inteira desde bem novinhos. Só que muitas vezes não acontece assim. E aí surge a hipótese da cama compartilhada. Pode acontecer porque os pais fiquem muito cansados com o "traslado" durante a madrugada. Pode ser que o bebê durma melhor seja por segurança ou aconchego ou outro aspecto que não saberemos nunca o que é, já que eles ainda não se expressam de maneira objetiva. Pode ser por um monte de motivos. Por que então a cama compartilhada incomoda algumas pessoas?

Andei perguntando isso a quem critica e na maioria dos casos a resposta foi que "atrapalha a intimidade do casal". Eu acredito que a chegada de um filho diminui, claro, as oportunidades de ter relações sexuais e por isso é preciso aproveitá-las, basta ter criatividade. Mas dizer que a cama compartilhada em si atrapalha a intimidade não procede. Normalmente o bebê dorme antes do casal e aí, sim, coloca-se no berço ou no colchonete ou seja lá onde for, caso contrário o bebê cai, é óbvio. A cama compartilhada é para ser feita com segurança. E aí nesse momento em que o bebê não está na cama, a própria cama, o sofá, a pia, o chão e tudo mais está livre, minha gente! Mas eu acho que não: acho que esse pessoal que critica cama compartilhada, mesmo antes de ter filhos, acordava todas as noites para praticar o kama sutra ou sexo tântrico, daqueles bem demorados, durante a madrugada, depois de ter dormido. Imagino quão difícil deve ser para um ninfomaníaco ter filhos! Como nem eu nem meu marido éramos assim, hora de dormir é hora de dormir e nem dormir de conchinha eu sou muito chegada, fico no grupo que resolve essa parte antes de dormir mesmo. Ou depois de acordar. Ou durante o dia quando o bebê dorme em outro lugar que não a cama, em segurança. E seguimos felizes com a cama compartilhada.

Claro que essa parte do texto é caricatural e irônica. Tudo para dizer que concordo mesmo é que o bebê e os pais estejam felizes e em cada casa isso acontece de um jeito. Bom mesmo é entender isso pra não correr o risco de se tornar uma MEGE.

Mamãe Musa gosta de abraços e conchinhas... acordada. Só se estiver acordada. rs

*A Attachment Parenting International é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1994, com o objetivo de dar suporte a todos os pais a criar vínculos seguros com seus filhos, por toda a vida. A longo prazo, o objetivo é fazer com que o mundo tenha mais compaixão. (Via: Paizinho, Vírgula!)

Fala, Matheus! (e outras preguicinhas)

A ansiedade da mãe deve impedir o neném de falar, né? Porque, poxa
vida, eu torcia pro neném falar mamã, ele já falou depois de fazer 1
ano, ficou uma semana, duas, sei lá, e... parou! Agora não fala mais
nada. Aí vocês imaginem essa que vos fala, tagarela que só, sem ouvir
uma palavrinha formada. É muita preguiça pra um só neném. Falando de
preguiça, a outra curiosidade do Tetheus é queeee... esse bebê não
segura a mamadeira. Sim, é isso mesmo! Ele não segura a mamadeira. Ele
segura e não levanta. Quando eu levanto pra ele, ele larga a partir do
momento que eu seguro pra mostrar! E ficamos assim em loop. Como faz,
Brasil, pra esse neném ter interesse em pegar a mamadeira?
Considerando que a mamadeira já é na hora de dormir e ele já está
enjoadinho dando sinais de sono, não dá pra simplesmente dar as costas
e falar: "ou você pega ou fica com fome". Não dá. Ele não quis usar o
copinho de transição, não pegou de jeito nenhum, não entendia, se
molhava, engasgava, dava um tapa e jogava longe. Então em casa comecei
a oferecer um copo comum mesmo, mas como é vidro, eu seguro (já
providenciei um da avent de plástico que está chegando pra mim mês que
vem pra ver se ele segura). Nas saídas, a água ainda é na mamadeira
mesmo porque o copo faz uma certa lambança. Além disso, durante a
refeição, não se interessa em pegar a colher. Isso na comida dele.
Quando eu estou comendo, ele quer brincar com o meu garfo como se
fosse outro brinquedo. Já o incentivei a dar na minha boca pra ver se
ele se familiariza com a atividade e tenta ele mesmo comer, ele mesmo
pegar... engraçado é que nem tudo é assim. Pão mesmo (francês, o único
que ele pode comer por enquanto por conta da aplv), ele quer comer
pegando, quer que dê um pedaço a ele e ele segura. Então qual a lógica
desse neném? Não entendo. Olhem que eu chego em casa e estimulo sem
parar. Chego muitas vezes em horários aleatórios e vejo a babá
brincando e o incentivando a realizar diversas atividades. Em relação
a brincadeiras, interação e energia ele está 100%. Já está andando
tudo com pilha duracell que dura, dura, dura... Até julho ele dava os
passinhos como uma brincadeira. Em agosto ele trocou o engatinhar pelo
andar como a principal forma de locomoção, além de levantar do chão
direto igual a um sapinho (antes precisava de um apoio: pessoa,
parede, sofá, ...). Agora também já corre. Sobre as outras interações,
ele não presta atenção em livrinhos ainda, por exemplo. Eu converso
demaaaais com ele, mostro figuras, repito palavrinhas, como bem
ensinam os manuais, artigos e entendidos pro bebê dar sinal de fala. E
segundo as estatísticas, até 18 meses, 75% das crianças já falam pelo
menos mama, papa e algumas duas outras palavras como "não", "cabô",
"água" (ou sons parecidos). Mas Matheus ainda não tem em seu
vocabulário palavrinhas formadas. Sim, porque ele fala coisas do tipo
"liu iu iu, ui ui ui, aô aô, aaa aaa aaa aaa... continua sonorizando.
Mas quando quer pedir algo, por exemplo, é resmungando normalmente
"uuuhhhnnn" e sem formar as sílabas, ao menos de forma capenga. Como
ele sempre, sempre, tipo desde os 3 meses "conversava", interagia com
sonzinhos, eu tinha absoluta certeza de que ele ia falar rápido. E
depois fuen, fuen, fuen, fuen, fuen...
Até a técnica de não ficar ansiosa eu tentei usar de 1 ano até agora.
Mas se passaram 3 meses, né, é demais pro meu autocontrole. Tento não
passar isso pra ele, guardo comigo (apesar de saber pelas minhas
leituras de Laura Gutman que ele sente minha ansiedade e não adianta
nada). Eu sei que uma hora ou outra vai acontecer mas eu não imaginava
ter de esperar justo a fala, que tanto me é importante. rsrsrs.
Alguma dica pra uma mãe conversadeira?

Mamãe Musa faz até ioga. Mas vibrar o ohn nesse caso não funciona.

(Post enviado por email, por isso a possível falta de configuração específica)

Palavras de uma mãe de bebê pélvico

Tenho andado bem ocupada. Matheus está lindo, maravilhoso, andando que é uma beleza. Essa semana foi crucial na aquisição de sua firmeza para andar e ele despontou. Já nos puxa pela mão e quer conquistar o mundo, o que toma bastante do meu tempo e merece todo destaque em post especial. Vocês percebem pela ausência de posts, e pela baixa atualização da minha página que há muito tempo evito fazer qualquer coisa quando ele está acordado tamanha a saudade que sinto no trabalho e procuro estar de corpo e alma interagindo nas brincadeiras dele. Aí vocês podem perguntar: E enquanto ele dorme? Não poderia passar um tempinho no blog? Então vou contar pra vocês. Tenho andado reflexiva há algum tempo. E por causa disso me recolhi para pensar, para me encontrar em questões que para mim antes não importavam. A verdade é que a Musa que existia antes do Matheus nascer já não existe mais. Existe uma Musa que depois de leituras de livros, relatos e de uma enxurrada de informação se sente um pouco indignada. Existe uma Musa que passou pela culpa por não ter se informado, mas depois se conformou por saber que a culpa não foi tão sua, mas da profissional em que confiou o nascimento do seu filho. E quando passou esse momento da culpa por não ter buscado informação, por ter sido levada a reproduzir o que frequentemente acontece num sistema em que médicos mentem que fazem parto normal, resolvi escrever minha experiência antes e depois de ser gestante de um bebê pélvico. Explico: tive endometriose antes do Matheus. Por saber que se tratava de uma doença que causa infertilidade, mesmo tendo retirado os focos (que graças a Deus não  comprometeram nenhum órgão) numa videolaparoscopia, pouco me importava o parto ou a forma de nascer. Importava pra mim se eu seria mãe. Eu tinha uma preocupação muito maior do que o momento do parto em si e não o idealizava. Eu sabia que tinha nascido para a maternidade, eu tinha paixão pela ideia de cuidar e educar outra pessoa para o bem. Por isso, morria de medo de ter expectativas frustradas e tudo o que eu queria era saber que podia ser mãe e ter o meu filho nos braços. Dessa forma, negligenciei todo tipo de informação externa que não as orientações dadas pela minha obstetra à época.

Na ultra morfológica foi a primeira vez que percebi que o Matheus estava sentado e ele permaneceu assim até nascer. Eu sabia por uma amiga muito próxima estudiosa de partos que eu poderia fazer manobras, exercícios e afins. Mas como peitar uma médica experiente que me sugeria que "esse tipo de coisa era arriscado"? Que me afirmava com veemência que era impossível o meu bebê ainda virar naquela altura do campeonato (consulta de 35 semanas), que se eu precisava ter uma cesárea que deveria ser logo, para eu não entrar em trabalho de parto e, para coroar o terror disfarçado de conselho, contou-me a tragédia que havia acontecido com um colega que tinha "perdido" a paciente no parto normal havia duas semanas (hoje vejo que essa história deve ser uma mentira contada a todas as pacientes por volta de 37 semanas). Em nenhum momento me foi dada a opção de esperar até 40 semanas para ver se o bebê virava e ficava cefálico. Hoje vejo que isto tudo fazia parte da conveniência dela, assim como a conveniência de mudar o hospital 2 semanas antes de ele nascer, porque o plano da outra paciente com parto no mesmo dia que eu não cobria o primeiro hospital. Não que isso me importasse mas preciso mostrar evidências de todo um planejamento que levava em conta a rotina dela e não a chegada do bebê. Quando ela me falou: "Ah, que bom assim, né, mesmo você querendo tentar o parto normal, o bebê já escolheu por você. Hoje a cesárea é tão segura,  rapidinha, muito melhor do que se você 'parasse' no parto normal, né, sentir dor, ficar com medo, demorar todo aquele tempo pra nascer..." E o pior: Eu, inocente e ignorantemente, repetia para as pessoas próximas: "ele escolheu, bom que não precisei escolher (em tom de brincadeira), então não vai poder ser parto normal..." Hoje sei que o tom de brincadeira era o mecanismo de defesa psicológica que eu estava usando para lidar com aquele fato. E a programação neurolinguística está aí pra mostrar que a minha obstetra que eu enxergava como confiável, a despeito de não ter feito uma violência física, porque entre as cesarianas, a minha foi muito bem sucedida, fez, sim, uma violência psicológica, me fazendo acreditar que quem estava escolhendo era o bebê, quando na verdade, quem escolheu o momento foi ela.

Entendam, de forma nenhuma condeno a cesariana em casos de bebê pélvico, em outras indicações reais ou quando a mãe escolhe e se sente mais segura assim. Mas citando meu caso, até os médicos humanizados concordam que a questão do pélvico é complicada e deve ser analisada com atenção. Só que hoje vejo que meu bebê estar pélvico foi a desculpa que minha obstetra precisava para me fazer acreditar muito antes das 40 semanas que "obviamente" meu único caminho seria a cesárea. Não posso ser hipócrita e dizer que tenho certeza de que escolheria um parto natural se meu bebê chegasse ao trabalho de parto sentado, afinal não existe consenso nem entre os ativistas e simpatizantes desse tipo de parto em caso de bebê pélvico. Mas eu queria ter sido incentivada a fazer exercícios e afins para tentar fazê-lo ficar cefálico. Eu queria ter certeza de que ele tivesse estado no meu ventre talvez até o tempo de virar, o que nunca saberei se aconteceria. Eu queria muitas coisas que não pude pelo terror psicológico relacionado à posição do meu neném causado pela médica que me acompanharia no parto. E já que isso eu queria e não pude, mas consciente do meu maternar, muita coisa hoje eu quero.

Não estou dizendo aqui que considero o momento do nascimento do Matheus traumático. Pelo menos pra mim não, muito pelo contrário. O momento do nascimento dele foi muito lindo e emocionante e reitero tudo que escrevi em meu relato exposto aqui o blog. Considero-me uma boa mãe para meu filho, uma criança linda, saudável e me sinto muito abençoada e agraciada por isso. Não me considero melhor ou pior do que nenhuma mãe. Só me considero hoje mais consciente e segura do que quero para mim. Quero ser a melhor mãe que o meu filho pode ter. Quero que seja obediente, mas questionador. Que busque informação porque informação é poder. Que vá com calma e não seja ansioso e passivo como sua mãe era à época da gestação, mas que sim, seja parecido com a mãe que ele tem hoje, com a mãe da forma que ele já conheceu e que surgiu no momento do seu nascimento: leoa, poderosa, consciente. Quero que ele seja tão feliz como me sinto em cada sorriso dele, em cada descoberta que ele faz, em cada momento que ele me dá os bracinhos pedindo colo. Agradeço por ele não fazer distinção entre a hora que ele nasceu ou poderia ter nascido, não me "cobrar" não ter vindo para o meu colo imediatamente na saída da barriga nem ter mamado na primeira hora de vida, pois retribui com carinho todo o meu cuidado desde que chegou aos meus braços definitivamente. Agradeço por me fazer sentir o seu amor em cada gesto, agradeço por ter me  escolhido, me tornado mãe e me deixado conhecer esse amor que cresce a cada dia. ♥

Esse texto é dedicado:
ao meu filho Matheus pelos motivos já citados no parágrafo acima; 
ao meu marido Rafael que sempre me deu apoio e liberdade de escolha em todos os aspectos desde a minha gestação; 
à minha mãe que cuidou de mim não só desde o nascimento como nos dias posteriores à cesárea  em que o corte ainda doía; 
a ela de novo e ao meu pai, por estarem sempre disponíveis para mim e a nova família que formei;
à minha amiga Fernanda por ter sido a primeira pessoa que me fez pensar sobre esse assunto e que segurou minha mão, no sentido literal e figurado, durante toda a gestação, no dia do nascimento e até hoje...

...e não menos importantes nesse processo, dedico essas palavras a amigas mais experientes nesse tema, que me ajudam constantemente seja por meio de relatos, respondendo dúvidas, ajudando-me com informações, numa conversa saudável, sem julgamentos e, principalmente, cercando-me de carinho afirmando a certeza de que, apesar de não ter questionado o momento do nascimento antes do meu filho nascer, sou para ele a melhor mãe que ele pode ter. Obrigada.

Mamãe Musa torce para que a frase "querer é poder" se materialize também na forma de nascer.

A regra de ouro na maternidade

Desde a minha gravidez, quando tive obra, faculdade, mudança, trabalho, tudo misturado, nunca tive muito tempo de escrever no blog. Quando sobra tempo, acabo me dedicando mais às leituras que à escrita, que me exige tempo e inspiração. Procuro registrar as fases, descobertas e conquistas do Matheus em fotos e vídeos (quando ele deixa, pois vê meu celular ou câmera e fica doido querendo pegar) para não perder o que não está registrado pela escrita. Nas minhas leituras e estudos sobre maternidade/maternagem, sempre querendo me aperfeiçoar na delícia de ser mãe, se é que é possível, encontro textos que são verdadeiros primores da psicologia maternal. Por isso e também para não deixar o blog morrer, na esperança de que um dia eu consiga postar com mais regularidade rs, vou compartilhando por aqui um pouco do que leio e gosto. O texto abaixo é uma aplicação na maternidade do que sempre tentei fazer na vida, o famoso bordão "faça com os outros o que gostaria que fizessem com você." O texto é caricatural e os exemplos meio toscos, inclusive questiono um pouco a parte do "arcar com as consequências". Acho que é preciso corrigir, sim (com amor, claro) e orientar que de uma próxima vez a criança seja mais responsável. Enfim, a despeito dessa pequena discordância, o importante é a mensagem principal. Espero que gostem. :)

por Jan Hunt, Psicóloga diretora do "The Natural Child Project"

"Trate os outros do modo como você mesmo gostaria de ser tratado"

Desde a Antiguidade a Regra de Ouro tem sido uma ótima referência moral. Pensadores gregos e judeus, Confúcio, Jesus e outros professores de Ética ensinaram esse princípio, chamado "de ouro" para indicar sua posição privilegiada como regra fundamental da vida. Haveria um ensinamento melhor para aplicarmos em nosso dia-a-dia de pais? Uma variante da Regra de Ouro que se aplica a essa situação é: "Trate seu filho como você gostaria de ser tratado se estivesse na mesma situação".
Seria esclarecedor aplicar essa "Regra de Ouro dos Pais" a alguns métodos comuns de disciplina, supondo-se que um casal estivesse "na mesma situação" em que essa disciplina costuma ser aplicada às crianças.
1. Castigo físico
Sem querer a esposa derruba café no paletó novo do marido. Ele bate nela.
Será que a esposa vai ter mais cuidado com as coisas dele no futuro? Ou será que ela vai dar queixa por agressão?
2. Ficar de castigo
O marido começa a discutir com um amigo que está de visita. A esposa fala: "Não fica bem discutir com seu amigo! Não vou aceitar isso! Vá já para o quarto e fique meia hora sentado lá !"
Será que o marido vai aprender a discutir menos? Será que a vergonha da situação vai colocá-lo na linha? Será que ele vai ter vontade de se desculpar com o amigo?
3. Arcar com as conseqüências
A mulher sai de carro, esquece de encher o tanque e a gasolina acaba. Ela telefona para o marido pedindo que ele vá com seu carro até o posto e lhe traga a gasolina. Ele se recusa, explicando que ela precisa aprender a arcar com as conseqüências de seus atos e a ser mais responsável.
A próxima vez que a gasolina estiver acabando, será que a esposa vai lembrar de encher o tanque? Ou será que vai estar ocupada demais com fantasias de divórcio para pensar em coisas de menor importância como a manutenção do carro?
4. Contar até 3
A esposa lembra o marido, que está lendo o jornal depois do jantar, que é a sua vez de lavar os pratos. Ele murmura um "HumHum" e continua lendo. A mulher diz com firmeza: "lave os pratos já! Vou contar até 3: 1-2..."
Será que assim o marido vai ter vontade de colaborar com sua esposa? Ou ele vai concluir que se casou com uma louca? E ele vai se sentir minimamente querido?
Todos esses métodos de disciplina parecem ridículos, vistos por esse ângulo. A razão disso é que nossa sociedade determinou que crianças e adultos reagem de acordo com princípios diversos de comportamento. Esse  engano é perigoso. A verdade é que as crianças, como os adultos, têm mais disposição para colaborar com quem os trata com gentileza, respeito, compreensão e dignidade. O único "método" que faz sentido em um relacionamento humano, seja com uma criança ou com um adulto - é o amor incondicional.
Em nossa sociedade, temos feito a pergunta errada. Perguntamos "quais são as regras que funcionam com as crianças, quais são as que funcionam com os adultos?" Felizmente, a realidade é bem mais simples: todos os seres humanos comportam-se tão bem quanto são tratados. A idade não faz  diferença.
O melhor que os pais podem fazer para ajudar seus filhos a se tornarem adultos amorosos e responsáveis é lembrar a Regra de Ouro dos Pais: "Trate seus filhos do modo como você gostaria de ser tratado se estivesse na mesma situação". É uma regra simples, direta e eficiente. E não precisamos perder tempo pensando qual a idade da pessoa antes de aplicar a regra. Ela serve para todas as idades.

Mamãe Musa acaba de lembrar que esqueceu de postar sobre o dia dos pais... atrasado, serve?

MEGS - Mãe que Eu Gostaria de Socar

Encontrei esse texto nas minhas andanças pelo maravilhoso mundo da internet e achei sensacional. Traduzi livremente e espero que gostem. Por uma vida com menos julgamentos em todos os sentidos, principalmente na maternidade, que é um assunto tão delicado. Chama de vagabunda mas não chama de má mãe! hehehe 

"Logo depois que eu tive meu bebê, eu descobri que a maternidade é uma irmandade. Outras mulheres queriam saber se eu tinha um menino ou uma menina , quantos anos ela tinha, e qual era o nome dela.

Mas não demorei muito a perceber que se escondia na maternidade-irmandade um estranho ser que eu chamei de MEGS.

Você já deve ter ouvido falar na MILF - Mother I´d Like to Fuck (em português, Mãe que Eu Gostaria de f$#%@). Bem, a MEGS é um tipo da mesma espécie, com a diferença que são Mães que Eu Gostaria de Socar.

Eu descobri minha primeira MEGS quando eu contei a outra mãe sobre minha peridural seguida de uma cesárea de emergência. 'Sinto muito por ouvir isso, eu não usei nenhum remédio ou anestesia...', ela respondeu orgulhosa. Uma semana depois eu estava dando de mamar à minha filha em um café e ouvi uma mulher dizer para sua amiga: 'Aquele bebê é muito novinho para tomar mamadeira, você não acha?' Depois ainda outra mãe me perguntou se eu não tinha vergonha de a minha filha estar tão gordinha. Ela também questionou se eu não achava que minha filha estava uns dois meses atrás dos outros bebês da sua idade em relação ao desenvolvimento.

As MEGS estão em todo lugar. Elas são as mães que insistes que a maternidade é 100% alegria, que nunca se sentem sozinha, sobrecarregadas ou de saco cheio,  e que todas as intermináveis noites sem dormir ninando um bebê chorando são um privilégio. Se a maternidade é assim tão fácil para elas e seu mundinho cor de rosa ou azul, porque então eu e outras pessoas que eu conheço achamos tão difícil às vezes?

Mas de longe a pior revelação que eu tive em relação a MEGS é o fato de que sou uma delas. Eu posso me transformar em uma Mãe que Eu Gostaria de Socar a qualquer momento.

No supermercado outro dia, eu vi uma criança fazendo uma birra horrível. A pobre mãe estava transtornada e parecia prestes a cair em prantos. Ela pegou um pacote de pirulitos e deu um na mão do seu filho para tentar calá-lo. E imediatamente eu a julguei. Pensei em todas as teorias de disciplina e recompensar uma birra com pirulitos não é recomendável em nenhuma delas.

Como ouso julgar a pobre mulher? Eu não tinha ideia de qual era sua situação. E eu sabia por experiência própria que em alguns dias as mães só querem sobreviver, apesar das suas melhores intenções. Por que então nós fazemos isto? 

Em seu livro sobre competitividade feminina, Catfight, Leora Tanenbaum escreve que quando as mulheres se tornam mães toda sua identidade se torna uma extensão da identidade de seus filhos.
Mulheres são definidas pelas suas características como mães de uma forma que os homens não são. A auto-estima da mãe é baseada em quão bonito, quão inteligente e quão bem comportado é o filho dela comparado com as outras crianças. Se você tem um bom filho, por extensão, você é uma boa mãe, que é sinônimo de ser uma boa pessoa. Mas se seu filho é chorão, então, não importa as conquistas prévias em sua vida, você é considerada um fracasso.

Se nós, mães, pudéssemos tirar a pressão de nós mesmas e aceitarmos que estamos fazendo o melhor que podemos, muitas vezes em circunstâncias difíceis, talvez seríamos um pouco menos inseguras e julgaríamos menos as outras mães. E talvez a irmandade das mães pudesse dar um tapinha nas costas em vez de apunhalar pelas costas."

Kassey Edwards
Fonte: http://m.dailylife.com.au/life-and-love/parenting-and-families/mils-mothers-id-like-to-slap-20120913-25uip.html

Agora quero saber uma coisa... A gente acaba sempre tendendo a se colocar mais de vítima que assumir nossos erros. Mas como prezamos a irmandade na maternidade, não vamos apontar o dedo. vamos fazer diferente. Em vez de me contar se você já se sentiu julgada, conte-me o contrário... você já se pegou julgando? Me conta. =)

Semana Mundial do Aleitamento Materno

Aos 11 dias


Na semana mundial de aleitamento materno (1 a 7 de agosto), resolvi tirar a poeira do blog contando minha experiência com amamentação. Amamentar para mim foi muito bom enquanto durou. Eu amava amamentar e descobri isso depois de fazê-lo; mesmo assim, meu caso foi atípico e a amamentação não pôde durar muito, infelizmente.

Digo que descobri depois de fazê-lo porque nunca criei muitas expectativas em torno da amamentação, como forma de me poupar. Tenho uma amiga que não conseguiu amamentar e demorou meses a tocar no assunto, os familiares chegaram a pensar que ela estava deprimindo, enfim, ela ficou muito mal por não ter conseguido, de tanto que queria. Hoje, graças a Deus, isso não é um trauma, ela está muito feliz com seu filho lindo e saudável, mas à época foi triste. Então, para não sofrer mais, desencanei disso. Não posso me colocar na situação de quem não conseguiu amamentar para saber o quão dolorido é, porque depois que vi como era bom, fiquei chateada por ter precisado parar cedo. Não que seja um trauma, mas me dá uma certa saudade, sim.

Como já contei no blog, Matheus sofreu muito no início da vida com muitas cólicas sem eu ainda saber que ele era alérgico à proteína do leite. E por estar exclusivamente com leite materno, foi difícil os médicos acreditarem que fosse alergia, mesmo eu procurando vários e relatando as cólicas. Eu ainda não sabia que por ingerir derivados do leite (não bebo leite), a proteína passava pelo leite materno e isso causava as cólicas horrorosas e frequentes do meu filho. Eu amamentava em livre demanda e passava muito e muito tempo com ele no peito. Sempre que ele chorava, meu peito o acalmava, então, mesmo tendo passado apenas 15 minutos da última mamada, eu dava de mamar  para o acalentar novamente. Eu tinha empedramento com frequência e aos 3 meses dele tive uma mastite. Hoje acho que isso pode ter sido causado pela superestimulação porque os seios eram realmente demandados mais do que a média (ainda sendo em livre demanda) pela quantidade de vezes que eu oferecia o peito para acalmá-lo. E ele chorava muito de cólicas, tadinho. Para cessar a dor de dutos entupidos eu tomava anti-inflamatório e para curar a mastite tomei antibiótico. Nessa mesma época, procurei o Instituto Fernandes Figueira, onde uma enfermeira muito atenciosa desempedrou meu seio cuidadosamente, o que levou 2 dias seguidos (3 horas de um dia e 2 de outro), porque chegou em um estágio em que em casa eu não estava conseguindo nem com a bomba.

Mas não foi isso que me fez parar. Meu leite desceu quando o Matheus tinha 4 dias e era bastante, graças a Deus. Ele desde a maternidade tinha a pega certinha então nunca tive rachadura antes da mastite, quando meu bico (do seio direito) chegou a machucar pela primeira vez. À época, cheguei a conversar por email com uma consultora de amamentação (Bianca Balassiano) que nem quis cobrar visitar ou consulta porque tudo que eu relatava indicava que eu e o bebê estávamos fazendo tudo certo. Ela foi super solidária e humana, me enviou alguns arquivos, li para ver se me ajudava mas hoje tenho absoluta certeza que o problema do choro era somente mesmo da alergia, nada tinha a ver com amamentação. Ele estava super gordinho, crescendo bem. Matheus nasceu muito pequenininho (46,5cm e 2,975Kg) e aos 3 meses já tinha passado da média pra idade na curva do pediatra. Diante disso, eu muito me orgulhava de dizer que ele "estava só no peito".  E talvez por isso, por saber que estava fazendo tudo certo e mesmo quando sentia dor eu me sentir tão bem amamentando meu filho, eu tenha insistido tanto até desmaiar. E sim, isso me fez parar. :(

Descobri a alergia e comecei a fazer a dieta de exclusão de leite e derivados. Minha mãe já vinha insistindo para que eu complementasse com a mamadeira de Neocate, por querer me proteger e com medo da minha fraqueza, mas eu queria ser alimento único do meu filho. Comecei a tomar cálcio para repor a possível falta e excluir tudo que tinha leite. Aí comecei a perceber que quase tudo leva leite, uma quantidade incrível de alimentos. Além dos derivados de leite clássicos, alguns alimentos podem conter algo análogo à proteína do leite, como, por exemplo, o caldo Knorr. Isso me fez passar a só comer comida em casa, porque, né, difícil controlar se um restaurante tempera só naturalmente, sem esses pozinhos ricos em sódio e outras substâncias que poderiam ser nocivas ao meu neném. Além disso, eu não podia comprar presunto na padaria porque a máquina também cortava queijo e isso era suficiente para causar a chamada "contaminação cruzada". Também não podia comer um hambúrguer na chapa, porque quem me garantia que por ali não tinha passado uma manteiga ou margarina? Mas nada disso me impedia de seguir em frente com fé que eu conseguiria, continuar, afinal de contas, eu amava amamentar e não queria deixar de jeito nenhum. Só que nem sempre as coisas acontecem como planejamos...

Quem me conhece sabe que tenho tendência a emagrecer. Fui ficando magra, magra, magra, muito mais do que quando engravidei. Fui ficando fraca, fraca, fraca, mesmo repondo com vitaminas. E no dia em que desmaiei, minha mãe me deu um choque de realidade:
- Seu filho precisa de uma mãe saudável. Você quer dar mamadeira e estar do lado do seu filho ou parar de amamentar de vez porque está internada no hospital do jeito que você está fraca?
Muito triste e chorando muito, decidi que introduziria junto com a amamentação o Neocate. Ele nunca tinha tomado mamadeira, nem com o meu leite. Foram 3 dias difíceis para ele se adaptar à mamadeira, pois como já tinha chegado a quase 4 meses sem conhecê-la, ele não queria pegar/aceitar de jeito nenhum. Ele não associava o ato de sugar à mamadeira e chorava quando colocávamos na sua boca. Quando por fim ele aceitou bem o leite, meu coração se acalmou um pouco. E ele foi ficando cada dia melhor com o Neocate, as cólicas foram parando e eu ficando cada vez mais feliz. Apesar de eu querer muito continuar amamentando, não tinha a intenção de ser uma mártir da amamentação, o momento precisava ser prazeroso para mim e para ele. Como eu fui percebendo a aceitação cada vez melhor dele, fui deixando o seio apenas de noite e madrugada e me preparando para parar a dieta (e por conseguinte a amamentação) antes de voltar a trabalhar, quando ficaria mais difícil comer na rua, a menos que eu contratasse uma empregada que cozinhasse para mim, o que não estava nos planos. Não lembro exatamente quando acabou, porque de tudo isso houve algo positivo: graças a Deus, o Matheus não sentiu nem um pouco a falta, o desmame foi muito natural, talvez porque ele ainda era bem novinho. Quando citei essa história com certa tristeza para uma amiga, ela me consolou dizendo que meu boneco já é bastante agarrado comigo e que ele sofreria muito a falta do peito na minha volta ao trabalho. Será? Nunca saberemos. Talvez seja melhor pensar assim para me consolar do fato de hoje eu não amamentar mais, como é recomendado (até os 2 anos).

Escrevendo esse texto, vieram à tona muitas lembranças doloridas que estavam lá no fundo, até já esquecidas. Tão bom foi o tempo que durou a amamentação que quase não recordo do sofrimento da mastite, do desconforto que senti. Enquanto amamentei, consegui viver intensamente uma das interações mais bonitas, se não a mais bonita que existe, a de ter alimentado meu filho, vê-lo crescer e engordar por meio do meu próprio corpo. E o que desejo não só na semana mundial do aleitamento materno, quando pensamos sobre o assunto, mas sempre, é que todas as mães consigam viver bem, sem sofrimentos, a maravilhosa experiência da amamentação. <3


Uma das ultimas fotos que tirei amamentando, no batizado

Mamãe Musa sentiu uma saudade da licença maternidade agora...

Mudança de planos: creche pra babá

Como vocês acompanharam certo tempo aqui no blog, Matheus passou efetivamente por duas creches, mas o tempo que ficou, eu nem sei contar exatamente, foi muito pouco. Pagamos 3 meses de creche (a segunda, em que eu esperava que ele ficasse) e se ele foi umas 10 vezes sozinho, foi muito. Ele entrou em 04/02 e ficou comigo em adaptação. Na semana seguinte foi Carnaval e depois pra voltar para a adaptação, estava ou comigo ou com a minha mãe por perto. Quando ia começar a ficar sozinho, no final de fevereiro, dia 24, um domingo, ele começou com uma febre. Levei ao pediatra, de cara não vimos nada, a febre continuou, levei de novo e ele começou com antibiótico. Logo em seguida o ouvido esquerdo estourou pus e descobrimos uma otite. Antes de o ouvido estourar, o que já significa que a dor diminui porque a fase aguda passou, foram dias difíceis. Ele teve crise de dor tipo cólica de recém-nascido, dava soquinhos no ouvido, foram noites inteiras acordada junto e desesperada por não poder fazer nada além de dar colinho, carinho e analgésico. Depois de passar pouco mais de 2 meses assim (com otites de repetição, 4 caixas de antibiótico), indo à creche e 2 a 3 dias depois tendo febre e voltando pra casa, decidi que tiraria o Matheus da creche e procuraria uma babá. As coisas estavam muito de cabeça pra baixo em nossas vidas. Eu passava a semana na casa dos meus pais, em um bairro distante da minha casa e do meu trabalho (que é perto de casa), Rafael ia comigo dia sim, dia não e só nos finais de semana eu podia voltar pra minha casa. Mesmo assim a vida não voltava ao normal, né? Foi bem cansativo e frustrante. 

No início de maio, uma amiga minha indicou uma babá, que era amiga da prima dela e já tinha trabalhado em creche. Outra amiga indicou mais uma e essa ficou em stand by. Graças a Deus nem precisei procurar a última. De cara o Matheus já gostou da primeira "tia". Continuei mais quase um mês nessa rotina atribulada de ir pra casa dos meus pais para minha mãe "treiná-la" no jeito de lidar e na rotina com o Matheus. O fim de semana de aniversário dele foi o último que passamos na casa da vovó. No feriado de Corpus Christi voltei para casa e tudo se ajeitou, graças a Deus!

Hoje consigo trabalhar até mais tranquila, porque vejo o bom relacionamento que o Matheus tem com ela. Antes, por mais que quase todo mundo diga que "quem sofre é a mãe", eu ficava triste com a "violência" que eu fazia a ele mandando para a creche. Ele saía sempre meio apático, eu tinha de me esforçar muuuito para tirar um sorriso dele quando ia buscá-lo. Na última vez que ele foi, ainda em abril, na hora que saí ele chorava tanto, mas tanto, que vim todo caminho aos prantos, no meio do caminho ainda fui assaltada (contei aqui no blog) e continuei chorando muito depois. Tenho certeza de que não era a creche, porque ele chegou a ficar em outra antes. Era o Matheus. Por isso, quando disse aqui que era uma violência, de forma alguma quero criticar a mãe que põe o bebê na creche, até porque provavelmente farei isso com meu próximo filho. Só que cada bebê é um e muitos (acho até que a maioria) não sofre, quem sofre é a mãe pela angústia de ir trabalhar e ficar se seu filhote, mas alguns sofrem, sim. Por isso, esse post é mais uma alerta para todas as mamães que ainda terão neném, que analisem todas as possibilidades e se possível tenham outras opções. Eu, por exemplo, respondia com toda convicção quando me perguntavam: "Meu filho vai ficar na creche", como se todo o meu plano fosse encaixar perfeitamente e não houvesse a menor possibilidade disso dar errado. Só que depois que você é mãe você percebe que não é assim que a banda toca. A banda toca conforme o seu filho responde, por mais que você seja uma pessoa super hiper planejada (eu!). Eu estava lidando com a saúde do meu filho. Até quando ele ficaria tendo otites repetidas e tomando antibiótico? E uma das causas lendo artigos na internet explicitamente era "convivência precoce em creches". Eu ia ficar negligenciando e colocando a audição do meu neném em risco? Claro que não.

Claro que o melhor dos mundos é a creche. Você não precisa ter hortifruti em dia, o bebê convive com outras crianças, se torna mais independente... mas quem é mãe sempre preza pelo bem estar do filho e, no caso do Matheus, o melhor está sendo a babá. Agradeço todos os dias a Papai do céu por ter conseguido uma pessoa querida para o Fofuchinho e essa transição ter ocorrido sem traumas. Hoje ele faz festa quando ela chega, muitas vezes tenho de levá-lo na rua com ela quando ela vai embora... fico muito tranquila. Chego em casa ele está sempre brincando com ela e bastante animado. Vocês não tem ideia do que passei quando ele estava doente direto e vendo sofrer cada vez que eu o deixava na creche. Até no trabalho já comentaram como minha aparência está melhor, que "não estou mais com o olhar angustiado". Claro, né, bebê feliz, mamãe feliz. :)

Mamãe Musa queria mesmo era ser a babá do filho dela. Mas pelo menos isso ainda acontece nos finais de semana. :)

Meu rapazinho

Aqui é o Matheus e não quero nada além de mostrar a minha cara de rapaz depois que eu cortei o cabelo. Isso me rende um certo desgaste, sabe, porque cada dia que passa minha mãe me aperta mais. É muito chato ser gostoso... Como represália, eu quase não deixo mais ela tirar foto do celular. Tá cada vez mais difícil pra ela. Mamãe tenta clicar, eu dou o bote pra pegar o celular da sua mão. Até aprendi no ipad que aquele botão do meio faz o aparelho acender. Por analogia, fiz no celular e aconteceu igualzinho. Nem adianta mais ela querer me distrair com a Galinha Pintadinha, aperto o botão do meio mesmo e tiro do vídeo pra ela ficar o tempo todo interagindo comigo. Gosto de brincar com a mamãe, poxa! Fico só observando quando ela rola as telas, acho que vou tentar fazer isso em breve. Como sou bonzinho, até que no colo da vovó eu deixei ela tirar essa sequência paradinho pra não sair só foto tremida...


Mamãe Musa morreu com essa primeira carinha, gentchy!

Não somos mais escravos do Neocate!

Vivaaaaaaaa! Gente, como eu esqueci? Hoje comentando com uma amiga, lembrei que eu não tinha contado aqui no blog: não somos mais escravos do Neocate, graças a Deus!!! Todas fazem a dancinha da felicidade!!! =D

O Neocate é uma fórmula com a proteína do leite extensamente hidrolisada, isto é, a proteína vem completamente quebradinha para que o intestino/estômago intolerante do neném não tenha um maior trabalho para processá-la. Em fevereiro, tínhamos feito a tentativa de inserir uma forma parcialmente hidrolisada, já que ele estava desde setembro no Neocate. Foi um arraso, gente! Nem comentei isso porque fiquei muito triste na época. Ele deu assaduras gigantes, teve cólicas horrorosas e diarreia por causa de uma, isso mesmo, apenas uma mamadeira que tomou. Lembro que tentei em um dia voltando do pediatra. Dei o leite (Alergomed) no consultório e ainda na cadeirinha do carro, voltando pra casa, ele já começou a chorar, eu atrás com ele tentando distraí-lo e nada, as cólicas continuaram por todo o percurso e depois de chegar em casa. Foi horrível. E então, voltamos para o Neocate, pegamos toda aquela via crucis de não ter leite no hospital, de procurar Defendoria, blá, blá, blá, até que o fornecimento do Neocate voltou ao normal e continuamos assim até maio.

Eu acho que se fosse antes do aniversário eu não teria feito a tentativa, sabem? Acho que teria ficado com medo de dar errado e de ele sofrer tudo de novo, com o bumbum vulnerável pelas assaduras, o que o acabaria deixando enjoadinho (como foi em fevereiro, na primeira tentativa) e não aproveitando nada o dia dele. Mas deu tudo certo! O aniversário passou e ele ainda estava tomando o Neocate.

No dia 28/05, tivemos consulta com a gastropediatra (no hospital Jesus, às vezes a consulta é com a gastro e às vezes só uma revisão com a nutricionista) e ela me informou que faríamos nova tentativa de um leite parcialmente hidrolisado. Dessa vez seria o Pregomin Pepti. Eu fiquei super receosa de ele passar pelo sofrimento de novo, mas não tinha jeito: nesse caso, para evoluir, é preciso tentar.

Já à noite dei a mamadeira do novo leite para ele e ele chorou, sentiu uma colicazinha e eu fiquei chateada. Só que dessa vez, uma coisa me chamou atenção: ele não tinha tido diarreia e nem assadura. Até o dia seguinte o cocô continuou normal (uma vez por dia) e por intuição eu resolvi insistir. Ele não teve mais nadaaaaa, nenhuma dorzinha, nada! =D

Até hoje não sei se aquela dorzinha que ele teve na primeira mamadeira foi uma coincidência, porque, né, não sabe falar. Então quem sabe era outra coisa que o estava incomodando?  Aí vocês me perguntam: Mas se esse leite também é caro, por que você tá tão feliz de ter se livrado do Neocate? Eu respondo que fiquei feliz por ter insistido e dado certo porque mostra que o sistema digestivo dele já evoluiu e é daí pra melhor, foi de extensamente para parcialmente hidrolisado! A médica tem previsão de em pouco tempo já introduzir alguma fórmula que não seja de aminoácido, (como essas duas) mas só sem lactose, sem nem passar pela soja para ver a reação. Alguns bebês conseguem, outros não. Rezem por nós! Quero muito que meu amado filhinho não tenha nenhuma restrição alimentar para não sofrer privação na infância, porque não tem jeito, né? Difícil uma besteirinha de que criança gosta sem leite ou derivados.

A primeira batalha já foi vencida. Que nós vençamos a guerra em breve. :)

Mamãe Musa escreve o post comendo uma trufa. Em breve será o Fofuchinho. Que os anjos digam amém.


O aniversário do meu Pequeno Príncipe

Olá, príncipes e princesas do reino do Matheus! Hoje vou falar sobre a festa do meu fofuchinho, com quase um mês de atraso. Quem me acompanha pelo facebook, sabe que foi um sonho ter realizado essa festa, do jeito que queria e com tanta perfeição. É tão difícil isso acontecer... graças a Deus, não tenho nadica de nada a reclamar! Mas digo que foi um sonho porque tive um grande obstáculo. A um mês e 17 dias de realizar a festa, recebi um email da fornecedora de buffet e decoração, de quem eu tinha contratado os serviços em julho do ano passado, dizendo que não poderia mais me atender, sem nem pedir desculpas, só comunicando. Recebi esse email no trabalho e fiquei baratinada. Graças a Deus, com ajuda das amigas e uma pesquisa do meu pai, conseguimos resolver tudo rápido e na mesma semana fechei com a casa de festas que realizou o evento. Parecia um sonho: só tinha o horário do almoço do dia 25 de todos os sábados do mês de maio. Era exatamente o que eu queria! Parecia que Deus tinha reservado para eu conseguir comemorar o aniversário de 1 ano do meu filho.

Contada essa pequena historinha que teve final feliz, vamos deixar de blá blá blá e ver as fotos. Ebaaaaaaa!!! O tema foi de Pequeno Príncipe e na hora do parabéns ele vestiu a roupinha que a vovó, minha mãe, sempre com seus dotes artísticos na costura, fez para ele. Olhem como ficou lindo! Tem como não amar?





O envelope eu comprei e fiz as coroinhas com furador próprio

Minha amiga fez a arte do convite e mandei imprimir como foto
O centro de mesa foi uma lata de leite com saquinho de brinquedos dentro

As marmitinhas tinham doces dentro para os convidados levarem






Aprontamos eu, minha mãe e minha vó as papinhas e os tubetes. Comprei a papelaria.
A chegada do meu príncipe

Parabéns pro Matheus! Muita saúde, meu amor!


Só porque amei essa foto.

E essa também. :)

A roupinha por inteiro. Amooooorrr!

Acabou, mamãe! Toca aqui que deu tudo certo. :)

Meus talentosos fornecedores foram:

Casa de Festas - Happy Toys
Artes personalizadas - Mamãe Arteira
Cupcakes: Minha amiga Adenete
Docinhos das marmitinhas: Minha amiga Angélica
Topo de bolo: Ateliê Morgana
Fotografia: Fernanda Monge

Há mais fotos no blog da Fernanda Monge, além do pocket vídeo que me fez chorar. :)

Mamãe Musa não sabe quem baba mais, se o neném ou a mamãe. :D

Será que tem jeito?

Agora que vandalizaram tudo, resta-nos uma reflexão: será possível que o Brasil não tenha mais jeito? Acho que as cenas de violência de ontem chocaram muita gente. Oportunistas propagadores de violência e desordem se aproveitaram de jovens bem intencionados que saíram às ruas pacificamente com ideais de saúde, educação e qualidade de vida para todos, além dos 5 já conhecidos itens da lista. Por causa desse rabisco vamos manchar toda uma folha em branco? Chegou a hora de refletir que rumo queremos tomar porque da forma que está não tem mais jeito. Que Deus nos proteja da desordem e sigamos em busca do progresso e de um futuro melhor, sem violência.

Meu próximo post será sobre o aniversário do Matheus. Só que depois das imagens de ontem, com feridos e até 1 morto, não tenho estômago para falar de coisas felizes. Sou solidária a quem quer a mudança e tenho consciência de que não se faz omelete sem quebrar ovos, mas o vandalismo está atingindo até patrimônio privado. Isso é inadmissível. Então, por enquanto, deixemos passar essa catarse generalizada e faço votos de que depois dessa tempestade chegue a bonança, não só pra alguns mas pra todos no país, como é o que desejam os manifestantes do bem.

Até lá, vou curtindo meu filhote, que tá a coimafofa do mundo, e curtindo as fotos da minha sobrinha linda que nasceu dia 18. Fotos porque ela mora lá nos EUA e eu ainda não posso pegá-la no colo. Buááááá. Julia, mesmo de longe titia te ama e não vê a hora de te encontrar.

Mamãe Musa só quer ser feliz, tal como dizia aquela música. Mas não às custas de violência. #porumfuturomelhor

Estamos ocupados mudando o país

 
O manifestante mais lindo do mundo

Tudo começou com R$0,20 a mais no preço das passagens. Mas isso foi apenas a gota d'água. Ontem, conseguimos a redução dos tais 20 centavos, mas hoje queremos mais. Hoje lutamos pela abolição da proposta de emenda constitucional que tira o poder de investigação do Ministério Público (absurdo completo!), lutamos pelo investimento em educação em vez de elevados gastos com eventos esportivos, queremos investimento para a cura de doenças e não essa palhaçada de cura gay (aff!), queremos transparência no governo e o fim da corrupção e roubalheira para falar de um âmbito mais geral e não específico (apesar de achar que as manifestações devem, sim, ter uma pauta específica para nortear os movimentos).


Imagem do facebook, desconheço a autoria

Apesar de pouco estar conseguindo escrever ultimamente, mamãe Musa precisava registrar esse momento histórico: O Brasil acordou! Faço votos de que ele nunca mais durma, nem cochile. Por um Brasil melhor para nossos filhos.

Imagem: Dani Moreno


Mamãe Musa deseja ao Brasil uma revolução pacífica e bem sucedida.

Saiu o mamãããã!!!


(    ) choro de emoção
(    ) sorrio de emoção
(    ) gargalho de emoção
(    ) grito de emoção
( x ) todas as anteriores

Gente, muitas vezes ele já tinha pronunciado o fonema "m". Falado mamamama então, muitas e muitas vezes. Mas eu percebia que era como falar gugugu, dadada, bobobo, nenene e aquelas sílabas aleatórias, não se referindo mesmo à sua mamãe, no caso, eu. Minha mãe falando: "você é muito boba, todo mundo que diz que já falou mamãe é porque falou esse mamamama e você fica de bobeira dizendo que ele ainda não falou." Mas eu só ia considerar quando eu tivesse certeza de que ele se referia a mim.
Eu sabia que ele já tinha passado da hora de falar, o safado me deixando cada vez mais ansiosa, já que esse evento acontece em média entre os 10 e 11 meses. Mas eu vendo amigas no facebook com bebês de 7, 8 meses já falando mamãe, Brasiiiiiiilll! Eu já achando que eu era uma péssima mãe e não merecia ser chamada de mamãe. #dramaqueen

Foi então que no domingo, 2 de junho (esse post é atrasado por motivo de falta de tempo maior), estava brincando com ele no chão da sala, dei as costas para ir à cozinha e ele falou mamamamama. Girei em câmera lenta com cabelos ao vento igual numa novela, parei, dei um close nele e falei: Como é que é? Você falou mamãe??? Rafael insistiu: Ih! Você tá chamando a mamãe??? Ele prontamente se calou porque o poder já estava na mão dele, a mãe já estava ali, tinha conseguido o que ele queria e ele não precisava mais usar sua arma de sedução. #cafajestemodeon

Fiquei toda feliz e emocionada. Só que segunda ele não falou. Nem terça. Pensei: Poxa, será que foi alarme falso? E na quarta, eu cheia de sono ainda de madrugada, a essa altura ele já na minha cama e vem engatinhando pra cima de mim. Fofuchinho me balança, me dá tapas, sobe em mim e na minha demora em esboçar reação, ele começa: mamã! mamã! Levantei, joguei pro alto, beijei as costas, fiz cosquinha, fiz gargalhar tentando retribuir toda a alegria que eu estava sentindo! Acordei às 5 da matina feliz como no nascimento. Ganhou a mamãe! Quem acha que o mais aguardado é o "eu te amo", nunca passou pela espera do filho dizer mamãe. Agora vamos em busca do "eu te amo, mamãe". hahahaha

Mamãe Musa esqueceu de falar que depois do nascimento foi também o post mais esperado. Hihihi

P.S: Postagem sem maiores formatações pois foi feita pelo celular.


Uma primeira vez desagradável...

Fofuchas e fofuchos, bom dia. Hoje vou contar sobre uma primeira vez que muito me desagradou: a primeira vez que percebi maldade em outra criança no trato com o Matheus, meu bebezico, meu fofuchinho. No dia seguinte ao aniversário dele de 1 ano, tivemos outra festa. Também era aniversário da minha mãe, mas dei uma passadinha para prestigiar os 2 anos do filho lindo de uma amiga muito querida. A festa estava uma gracinha e, como foi em casa para poucas pessoas, para fazer a animação ela chamou uma amiga. Tal animação foi a mais artesanal e interativa possível, sempre chamando as crianças a participarem e com objetos pequenos ou criados pela animadora, como chocalhos de colar ou mini instrumentos musicais, por exemplo.

Matheus era o mais novinho e comecei a perceber que essa outra criança, de uns 5 anos aproximadamente, sempre tomava os brinquedos da mão do Matheus, que, pacificamente, entregava sem reclamar. Até por isso eu só estava observando sem intervir, mesmo o menino tendo feito repetidas vezes.

Em dado momento, meu pimpolho estava brincando perto de mim, o menino chegou perto e falou comigo: "Pede para ele me dar." Eu fingi que não estava ouvindo porque o meu sangue já estava subindo. Foi então que ele tomou com força do Matheus, de forma que poderia ter machucado o solavanco no bracinho. Tetheus novamente ignorou o fato e, sem reclamar, pegou um brinquedo grande, que ocupava boa parte do chão, tipo um barco, mais pesado (ele adora esses brinquedos que o fazem usar a força que tem) e ficou deslizando no chão com o seu bracinho esquerdo. O menino começou a observar o Matheus e eu pensei: "Dessa vez não passa". Os pais dele estavam do meu lado; a mãe conversando com uma amiga e o pai com cara de paisagem. Se estavam vendo alguma coisa, não sei. E lá foi o bonitão atacar novamente. Ensaiou empurrar o brinquedo do lado esquerdo do Matheus como se quisesse passar, sendo que o lado direito estava completamente livre. Novamente ele queria perturbar.

Peguei o braço dele nem com muita força nem tão delicadamente, mas de forma que pudesse mudar o seu curso, trouxe para perto de mim (o lado direito do Matheus que estava livre para passar) e falei: Você vai passar por aqui. Deixa ele brincar, ele é um neném, por que você está fazendo isso??? Não queria ser eu a ter de fazer isso, mas os pais estavam super próximos da cena e não faziam nada. Ele não respondeu, só voltou para o espaço onde acontecia a animação e deixou o Matheus em paz.

Fiquei me perguntando: Por que será que isso acontece? Será que não tem atenção suficiente dos pais (ali claramente não tinha) e quer chamar atenção dos outros? Ou quer competir com um bebê que naturalmente tem mais atenção de todos? E vocês, o que acham?
Só sei que fiquei chateada. É tão ruim passar por situações assim de injustiça, mesmo que vindo de uma criança. Quem tem filho tem teto de vidro, mas farei o possível para o meu não agir dessa forma e ter boa convivência com outras crianças, sejam da idade que for.

Mamãe Musa é leoa. Mexeu com seu leãozinho, tá frito!
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