1 mês da minha volta ao trabalho...

É. Hoje faz um mês que voltei ao trabalho. E anteontem uma amiga que esteve de férias exatamente nesse primeiro mês da minha volta, mãe também de dois filhos, uma de 12 e um de 5, me perguntou se eu já havia "superado". Eu disse que não. E ela disse que já esperava essa resposta, finalizando com um "a gente nunca supera".

Escrevi esse poema no domingo, 28/12/15, dia que finalizava minha licença maternidade:

"Poema da volta

Quem vê aquela moça qualquer
Voltando ao trabalho com ardor
Não imagina como sofre em seu peito
Depois de meses de cuidado e amor

Aquele amor dito incondicional
Que só sabe ou entende quem sentiu
Algo sublime, até mesmo divinal
Antes mesmo do dia em que pariu

A moça achava que seria mais fácil
Afinal agora ela é mãe de dois
Não imaginava ser tão inábil
Pra controlar a tristeza do depois

Nesse caso não serve a experiência
Muito mais alto fala a emoção
Mas é preciso forças para seguir em frente
Ouvindo tão somente a voz da razão 

E se o poeta é um fingidor
Toda mãe poetisa é
Mesmo na separação com dor
É num sorriso que mantém a fé

Fé de que na presença ou na ausência
Contarão com as bênçãos de Deus
Pois eles são nossos filhos
Mas também são filhos Seus.

Poema sem métrica precisa, sem rimas certas, mas do coração de uma mãe que sempre será mãe em tempo integral, trabalhando ou não, no último dia de sua licença maternidade."
 
Em casa curtindo as crias no fim da licença
 
 
Engraçado que acho que para mim esse poema sempre será atual. Hoje eles estavam tão bem humorados de manhã! Os dois sorridentes, Matheus respondendo bem às minhas gracinhas, animado, conversando... Giogio me dando os bracinhos com ar feliz... e eu com vontade de ficar embolada com eles nos meus braços na cama ou no chão da sala brincando ou saindo para levar o parquinho. Espero que o tempo que eu passe com eles seja sempre de qualidade e eles não sintam tanto o tempo que eu passo longe. E que, principalmente, eles sempre tenham certeza absoluta de que sou onde eles sempre podem estar e sintam o meu amor transbordante mesmo quando eu não estou do lado. <3
 
Mamãe Musa assume sua incompetência em criar os filhos pro mundo. Alguém me ensina?
 
 

Cocrônica

Eu até queria voltar a postar em grande estilo mas publiquei esse texto em meu perfil pessoal no facebook e fez tanto sucesso, as pessoas riram tanto, me pararam no trabalho pra conversar sobre... e a minha grande amiga Biessa me incentivou a postar. Por que não, né? Quem sabe tirando a poeira do blog e sem compromisso a gente aos poucos vai escrevendo quando der em meio à rotina?! Saudade do meu cantinho na net! Um beijo a você que ler esse texto ou que de vez em quando passa por aqui porque gosta de acompanhar as deliciosas aventuras da mamãe Musa, essa que vos fala. :D

(Texto escrito em 26/01/15)



Eu achava que minha noite seria uma noite como outra qualquer... Mas quando a mãe acha que tem o controle, que já tá tudo dominado, leva uma rasteira dos pimpolhos. Tão inocentes e ao mesmo tempo tão mancomunados...

Pausa: Se você tem problemas com relatos escatológicos pare de ler aqui.

Voltando...

Como de costume, peguei os dois na escolinha sozinha. Ao voltar para o carro, deixei a minha bolsa, as bolsas deles (jogadas da forma que dá porque eu viro um polvo de tanta coisa), coloquei Matheus dentro do carro de um lado, prendi a Giovanna na cadeirinha de outro lado, voltei pra prender o Matheus na outra cadeirinha e finalmente rumei para casa.

Tirei Matheus da cadeirinha e peguei a Giovanna, ao que senti algo quente no braço misturado com um fedor, ops, aroma não muito agradável.

- "Hummm, Gigi fez cocô." - pensei.

O verbo estava mal conjugado. Não era pra ser um pretérito perfeito, mas uma construção de gerúndio. Ela ainda estava fazendo. E continuou fazendo na minha mão, na minha blusa, na minha barriga. Eca.

- "Vambora, filho, a Gigi fez cocô. Rápido que a mamãe tem de limpar."

Corremos pro apartamento e eu não encontrei a chave no bolsinho habitual de fora da bolsa. Pensei que era um excelente dia pra isso acontecer, só que não. Na pior das hipóteses eu havia jogado a chave junto com o celular dentro da bolsa porque eu não queria nem imaginar que pudesse ter esquecido. Então coloquei a minha mão, aquela mesmo supracitada, a cagada, ops, aquela suja pelas adoráveis fezes da minha bebê (afinal é sinal de que o intestino está funcionando bem), dentro da bolsa e a chave estava ali, graças a Deus.

Procurando a chave, por um minuto não observei o que Matheus fazia e não pude perceber aquela tradicional carinha de força que me faria prever que eles estavam mesmo de conchavo pra me sacanear.
Ao entrar em casa, a primeira frase do meu primogênito: "Mamãe, fiz cocô."

Eu gritava mentalmente Merdaaaaaaaa, mas respirei fundo e falei: "Tá bem, meu amor, então vai ali pro banheiro e espera a mamãe. Mas por favor, espera a mamãe lá sem passar a mão no cocô e sem se mexer. Porque o Homem Aranha espera a mamãe dele limpar tudinho quando ele faz cocô.

Eu falei que ele está em processo de desfralde? Eu falei que isso foi na roupa? Não né?! Pois é.

Aí eu fui limpar a Giovanna, que ainda estava no meu braço esperando pra ser trocada. Era tanto cocô, mas tanto cocô, e com ela ainda não tem negociação, né? Ela querendo rolar e chorando pra não ficar parada pra trocar a fralda. Imagina a proporção que isso tomou no trocador. Quanto mais ela se mexia, mais aquilo se espalhava. E meu pânico ia aumentando ao pensar que eu podia chegar no banheiro e os azulejos estarem todos pintados do cocô de outra procedência, digo, do Matheus. E nem dava pra entrar os três juntos no chuveiro porque se a Giovanna toma banho na banheira, o Matheus também quer entrar, então eu não cumpriria o propósito de limpar os dois porque ele certamente ia começar a chorar e entrar ainda sujo junto com ela, e a água da banheira viraria uma água de cocô.

Enquanto trocava a Gigi eu ia dizendo: "Filho, tá paradinho né?! Bem paradinho igual ao Super Homem, né (ou Hulk ou Capitão América, sei lá que santo, ops, super herói invoquei na hora)?! Daqui a pouco tô indo, tô só acabando de limpar a Gigi."

Acabei de trocar a Giovanna, saí correndo pra deixá-la sentada no tatame colorido, joguei uns brinquedos quaisquer na frente dela (a mão tava cagada, né? Ah, Deus protege) e voltei pro banheiro. Cheguei lá e as paredes estavam intactas. Ufa, pelo menos isso. Joguei aquela massa compacta no vaso, demos tchau pro cocô, dei banho nele e foi o tempo de a Gigi aceitar ficar sozinha. Começou a chorar. Vesti o Matheus rapidinho gritando algo do tipo "a mamãe já vai, neném", consegui voltar pra sala, peguei a Gigi no colo e fui dar maçã pros dois. Enquanto eles comiam eu fui pensando que eu precisava ainda tirar o salto e minha roupa suja.

Nisso o papai chegou. Consegui dar um banho bem limpinho na Giovanna e tomei banho junto com o Matheus que quis entrar comigo. Pensei que depois disso eu precisava de um banho sozinha mas ele não entende né? Então jantei, acabei mais umas coisas, dei mamá pra neném e ela dormiu. Então achei que seria feliz para sempre masssss me lembrei da cadeirinha do carro. Ora, se eu tirei a Gio dali com cocô devia estar "sujinho", né? Doce ilusão. Não era. Inocentemente fui com um pacote de lenço umedecido para tentar limpar qualquer resquiciozinho que pudesse existir. Cheguei ao carro na garagem, acendi a luz interna e visualizei aquela pelota. Pensei "ah não. Até quando essa saga vai continuar?!?!" Comecei a tentar limpar quando vi que o cocô tinha caído não só no acolchoado mas também entre o acolchoado e o cinto de segurança. Sim, o cocô ninja não satisfeito tinha chegado até o suporte da cadeirinha, aquela parte plástica cheia de cantinhos de parafuso e afins. Eca ao quadrado! Limpei o que podia mas ficou escuro pra conseguir ver todo o estrago. E eu sabia que ainda estava muito sujo. Voltei pra casa e falei com o marido: "Oh, tá escuro lá e não consegui tirar tudo não. Não sei como ela conseguiu desse tamanho produzir tanto cocô". Marido se desesperou e falou: "E você deixou tudo lá??? O carro vai perder o cheiro de novo e ficar com cheiro de cocô!!!" É, ainda tinha isso. O carro comprado há um mês perderia o cheiro de novo aromatizado por coliformes fecais. "Ué, vai lá então", respondi. Ele tirou a cadeirinha e voltou com todo o suporte. Enquanto ele lavava a parte acolchoada, eu tirava a pasta de cocô que encheu os dois buracos quadrados que havia embaixo tal qual um gelo em forminha. Pra finalizar, precisei tirar com cotonete o cocô dos cantinhos da parte plástica do suporte enquanto Matheus ajudava espalhando as demais hastes flexíveis da caixinha pelo chão. Acabamos de limpar tudo, lavamos tudo, tomei outro banho, colocamos Matheus pra dormir, deitei, dei um beijo no marido e lembrei que precisava responder a uma amiga grávida sobre como era ser mãe de dois com pouca diferença de idade. Aí resolvi escrever essa cocônica, ops, crônica pra ela ver que pô, tirando esse tipo de situação, é tranquilo. :D

(Texto dedicado a uma querida amiga que está no início da segunda gestação com uma diferença de 1ano e 8 meses entre o(a)s filh(a)s. Resumindo, muitas aventuras mas muito mais amor).


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