Em dias difíceis, como eu me livro (por um tempo) das minhas lamentações

Ontem e hoje foram dias em que eu chorei. Chorei porque trabalhar e cuidar de duas crianças não é mole. Chorei porque estou exausta e muitas vezes me sinto perdida, porque sei que não há expectativa de descanso para mim, que também preciso.

E principalmente, chorei porque odeio quando meus filhos ficam doentes. Mande-me cuidar de 5 filhos saudáveis, mas não de um doente. Eu me sinto fragilizada junto. Eu fico profundamente abalada, física e psicologicamente. Acontece com você também? Claro, né? Toca aqui.

Olhem como foi minha noite ontem: 
Graças a Deus Gigi estava bem. Então, não me deu muito trabalho. Mas o Matheus foi diagnosticado com amigdalite, isso significa antibiótico e ele tem dias que me dá um certo trabalho para tomar remédio. Era um desses dias. Aí tá. Depois de muita conversa e tentativas, consegui que tomasse o antibiótico. Só que começou a dar febre de novo antes do intervalo de 6 horas para tomar de novo o Alivium. O Alivium (Ibuprofeno) ele toma bem em gotas. A Novalgina, mesmo infantil, ele não consegue tomar bem, nem na seringa, nem no copinho. O gosto não é ruim, mas, sei lá por quê, ele não tolera bem e, pior, não adianta forçar que ele dá ânsia de vômito. Aí estava eu, uma mãe quase desesperada, tentando manter a calma diante de uma criança com quase 39 de febre que vomitava cada vez que a Novalgina chegava perto. Sim, quando chegava perto, porque já é uma parada psicológica. Ele chegou a dar ânsia de vômito só de ver, sem nem a seringa encostar na boca. Conclusão: minha única saída era esperar chegar a hora de administrar o Alivium. Ele estava caindo de sono, mas aceitou tomar um banho. A febre baixou alguns pontinhos. Ainda tentei colocar a Novalgina na mamadeira. Ele só faltou perguntar se eu achava que ele era bobo, mas em vez disso, sentiu o gosto e abriu o berreiro. Então, me rendi à mamadeira só com leite e ao remédio não dado. Deixei dormir. Ele dormiu com mais de 38 de febre. Eu caí no choro me sentindo impotente e esperei exausta a hora de poder dar o Alivium. Tudo que eu queria era poder dormir bem, em vez de monitorar febre, principalmente depois de vários dias com filhos se revezando em doença. Mas precisava ficar acordada e sobrevivi. Dei o Alivium, não sob protesto. Ficaram duas gostas faltando, mas deixei, rezando para que a febre baixasse, porque eu não conseguia mais vigiar. Dormi. Ele também dormiu. E bem, graças a Deus.

Hoje Rafael levou a Gigi para a creche e ele acordou com uma febre baixa. Tomou o Alivium e já era hora de tomar o antibiótico de novo. Só que eu tinha esquecido que um dos componentes antibióticos era o Clavulanato. E quem é mãe sabe que Clavulanato solta e solta meeesmo. Ainda não tinha começado a dar o Floratyl. Logo depois de mamar, enquanto eu estava na cozinha fazendo meu pão, para tomar o café da manhã, ele foi até mim dizendo que tinha feito cocô.

Eu ainda não tinha trocado a fralda, então o cocô vazou e se espalhou todo. Lembrei do Clavulanato e da diarreia líquida que causava. Nisso o bumbum coçou, eu acho, ele enfiou a mão na fralda e a mão ficou molhada de cocô líquido. Ele tirou a mão com cara de nojo falando "aaaaaaaiiiiiii" e balançou a mão freneticamente, tentando que saísse. A mão dele fazia um cosplay de chuveirinho que em vez de água respingava cocô pelo chão e paredes. Eu nem tive o que dizer. Tadinho, também estava sendo vítima da diarreia que o remédio causava.

Eu estava acabando de dar banho nele, nem tinha ainda limpado o cocô pela casa, quando o pedreiro tocou a campainha. É. Hoje começou uma obra no meu banheiro para investigar um vazamento na vizinha do andar de baixo. É isso mesmo que vocês entenderam. Recebi a notícia de que precisaria fazer obra pesada, quebrar o chão todo, paredes, blá, blá, com uma bebê e um quase bebê em casa. MELDEUS. Fazer o quê?

Por que eu contei com tantos detalhes como está a loucura da minha vida? Sobre como aparecem problemas do nada? (Claro que problemas grandes na hora, mas pequenos depois porque são solucionáveis, comparando com tanta gente que tem problemas que permanecerão pela vida inteira.) 
Aí eu volto ao título do texto: Como eu me livro das minhas lamentações???
Lembro que passei essa noite e manhã de perrengue porque tenho filhos.
Lembro que passarei esse perrengue de obra em casa porque tenho casa. 
E eu prefiro ter filhos e ter casa.

LONGE DE MIM DIZER QUE MÃE NÃO PODE RECLAMAR. Botar pra fora, falar da maternidade real, desabafar, é comigo mesma. Eu sou humana, você também é. Ninguém vai te castigar e pode te julgar por isso. Mas cabe a você decidir se vai se afundar nas lamentações. Porque dar asas às lamentações é sabotar a si mesma. A vida é feita de um conjunto de momentos felizes. Reclame, desabafe, mas foque no que te faz feliz.

Sou feliz porque tenho filhos.
Sou feliz porque tenho casa.

E você? O que tem? O que faz você feliz? =)

4 comentários:

  1. Ameiiiiii.... Vdd podemos e devemos nos lamentar afinal não somos de ferro....como sempre digo "onde é o botão q passa a dor dos pequenos para a gente" infelismente não existe então nos resta força na luta com Deus no comando sempre....bjs...e força gata....#vcnosrepresenta :*

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  2. Ameiiiiii.... Vdd podemos e devemos nos lamentar afinal não somos de ferro....como sempre digo "onde é o botão q passa a dor dos pequenos para a gente" infelismente não existe então nos resta força na luta com Deus no comando sempre....bjs...e força gata....#vcnosrepresenta :*

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  3. Nooossa!!! Vc consegue descrever tudo que nós mamães sentimos e que na maioria das vezes achamos que estamos sozinhas e que nos culpamos por sentirmos tanto cansaço, falta de tempo, sono e blá, blá blá...rsrsrs Devemos é agradecer a Deus por pq temos filhos saudáveis, uma família e uma casa! Que Deus renove as nossas forças!!

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  4. Ótimo texto!!! Amei!!! Um dia, no auge do perrengue com os trigêmeos, o pediatra disse: "Minha filha, você vai passar sufoco sim. Mas cabe a você escolher se quer olhar o lado bom ou não". É claro que já chorei muiiiiito, mas escolhi ver o lado bom. Tenho meus altos e baixos, mas ultimamente são mais altos do que baixos...rs Fora que o amor pelo quarteto ajuda a superar o perrengue, né? Beijos da Mãe Pirada

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