A regra de ouro na maternidade

Desde a minha gravidez, quando tive obra, faculdade, mudança, trabalho, tudo misturado, nunca tive muito tempo de escrever no blog. Quando sobra tempo, acabo me dedicando mais às leituras que à escrita, que me exige tempo e inspiração. Procuro registrar as fases, descobertas e conquistas do Matheus em fotos e vídeos (quando ele deixa, pois vê meu celular ou câmera e fica doido querendo pegar) para não perder o que não está registrado pela escrita. Nas minhas leituras e estudos sobre maternidade/maternagem, sempre querendo me aperfeiçoar na delícia de ser mãe, se é que é possível, encontro textos que são verdadeiros primores da psicologia maternal. Por isso e também para não deixar o blog morrer, na esperança de que um dia eu consiga postar com mais regularidade rs, vou compartilhando por aqui um pouco do que leio e gosto. O texto abaixo é uma aplicação na maternidade do que sempre tentei fazer na vida, o famoso bordão "faça com os outros o que gostaria que fizessem com você." O texto é caricatural e os exemplos meio toscos, inclusive questiono um pouco a parte do "arcar com as consequências". Acho que é preciso corrigir, sim (com amor, claro) e orientar que de uma próxima vez a criança seja mais responsável. Enfim, a despeito dessa pequena discordância, o importante é a mensagem principal. Espero que gostem. :)

por Jan Hunt, Psicóloga diretora do "The Natural Child Project"

"Trate os outros do modo como você mesmo gostaria de ser tratado"

Desde a Antiguidade a Regra de Ouro tem sido uma ótima referência moral. Pensadores gregos e judeus, Confúcio, Jesus e outros professores de Ética ensinaram esse princípio, chamado "de ouro" para indicar sua posição privilegiada como regra fundamental da vida. Haveria um ensinamento melhor para aplicarmos em nosso dia-a-dia de pais? Uma variante da Regra de Ouro que se aplica a essa situação é: "Trate seu filho como você gostaria de ser tratado se estivesse na mesma situação".
Seria esclarecedor aplicar essa "Regra de Ouro dos Pais" a alguns métodos comuns de disciplina, supondo-se que um casal estivesse "na mesma situação" em que essa disciplina costuma ser aplicada às crianças.
1. Castigo físico
Sem querer a esposa derruba café no paletó novo do marido. Ele bate nela.
Será que a esposa vai ter mais cuidado com as coisas dele no futuro? Ou será que ela vai dar queixa por agressão?
2. Ficar de castigo
O marido começa a discutir com um amigo que está de visita. A esposa fala: "Não fica bem discutir com seu amigo! Não vou aceitar isso! Vá já para o quarto e fique meia hora sentado lá !"
Será que o marido vai aprender a discutir menos? Será que a vergonha da situação vai colocá-lo na linha? Será que ele vai ter vontade de se desculpar com o amigo?
3. Arcar com as conseqüências
A mulher sai de carro, esquece de encher o tanque e a gasolina acaba. Ela telefona para o marido pedindo que ele vá com seu carro até o posto e lhe traga a gasolina. Ele se recusa, explicando que ela precisa aprender a arcar com as conseqüências de seus atos e a ser mais responsável.
A próxima vez que a gasolina estiver acabando, será que a esposa vai lembrar de encher o tanque? Ou será que vai estar ocupada demais com fantasias de divórcio para pensar em coisas de menor importância como a manutenção do carro?
4. Contar até 3
A esposa lembra o marido, que está lendo o jornal depois do jantar, que é a sua vez de lavar os pratos. Ele murmura um "HumHum" e continua lendo. A mulher diz com firmeza: "lave os pratos já! Vou contar até 3: 1-2..."
Será que assim o marido vai ter vontade de colaborar com sua esposa? Ou ele vai concluir que se casou com uma louca? E ele vai se sentir minimamente querido?
Todos esses métodos de disciplina parecem ridículos, vistos por esse ângulo. A razão disso é que nossa sociedade determinou que crianças e adultos reagem de acordo com princípios diversos de comportamento. Esse  engano é perigoso. A verdade é que as crianças, como os adultos, têm mais disposição para colaborar com quem os trata com gentileza, respeito, compreensão e dignidade. O único "método" que faz sentido em um relacionamento humano, seja com uma criança ou com um adulto - é o amor incondicional.
Em nossa sociedade, temos feito a pergunta errada. Perguntamos "quais são as regras que funcionam com as crianças, quais são as que funcionam com os adultos?" Felizmente, a realidade é bem mais simples: todos os seres humanos comportam-se tão bem quanto são tratados. A idade não faz  diferença.
O melhor que os pais podem fazer para ajudar seus filhos a se tornarem adultos amorosos e responsáveis é lembrar a Regra de Ouro dos Pais: "Trate seus filhos do modo como você gostaria de ser tratado se estivesse na mesma situação". É uma regra simples, direta e eficiente. E não precisamos perder tempo pensando qual a idade da pessoa antes de aplicar a regra. Ela serve para todas as idades.

Mamãe Musa acaba de lembrar que esqueceu de postar sobre o dia dos pais... atrasado, serve?

2 comentários:

  1. Educar realmente é muito difícil. Nunca sabemos quando estamos acertando ou errando... É impossível acertar 100% do tempo. E de fato, a única coisa que é certa é o amor incondicional.

    Beijos

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  2. Musa sabe que meu maior medo é ñ saber lidar com a questão da educação do meu filho, pq a cobrança por eu ser professora é grande!!

    Adorei o texto!

    beijos

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Fico feliz quando você comenta!

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