Quando eu ainda não sabia o porquê de tanta cólica

Minhas bolinhas de chiclete, enquanto a nova creche não vem, vamos tratar de assuntos passados. Não sei se contei, ou já afirmei, o Matheus é alérgico à proteína do leite da vaca. Mas até eu descobrir isso... ufa, eu penei, viu? Posso até dizer que poucas mães padeceram como eu na licença maternidade, que foi de choradeira, correria e investigação. E eu me sentindo culpada, como disse aqui, não porque eu conscientemente soubesse de algo que eu tivesse feito de errado, mas porque esse é um sentimento comum entre as mães. Como você não quer que nada dê errado, você acaba pensando que se algo deu, é porque saiu do seu controle e se saiu do seu controle é porque você não foi suficientemente competente e por aí vai. Mas o importante é termos a consciência tranquila de que sempre fizemos o melhor para nossos amados pequenos.

Para vocês terem ideia, até chegar ao excelente pediatra que Matheus tem hoje, eu troquei três vezes. Sim, ele foi o quarto. Foi o escolhido porque foi o único que topou investigar as cólicas que eu sabia que eram anormais. Matheus chorava muito e não podia ser considerado um bebê chorão, porque ele sempre foi extremamente risonho e não chorava, por exemplo, em vacinas! É isso mesmo, assim ele toma vacina: dá uns dois gritos que enchem os olhos dele de lágrimas e passou. Ele, por exemplo, não chorou no teste do pezinho. Se meu nenenzinho tinha toda essa resistência a dor, não faziam sentido os dias em que a cada pum era uma crise de choro. Não fazia sentido aquela cólica bizarra que não tinha dia nem hora pra começar e me deixava tensa até para sair de casa. Multiplica a cólica de sete bebês juntos por setenta e sete vezes sete. Era por aí. E os outros pediatras dizendo que eram cólicas normais dos 3 meses. Normais... sei. Só eu sabia o quanto eu sofria com meu anjinho berrando nos meus braços. Muitas vezes dormia soluçando de chorar e continuava com aquela respiração curtinha e sofrida de quando a gente chora mesmo dormindo. Tantas vezes ele acordava no meio do sono pesado berrando de dor. E os médicos naquele discurso: Mas ele está só no peito... As cólicas são normais até três meses mesmo. Se ele estivesse usando fórmula, aí sim a gente poderia trocar para tentar melhorar, mas não é o caso..." e eu sabia que isso não era tão determinante assim, afinal tenho amigas que não conseguiram amamentar e usaram fórmula desde a maternidade e mesmo assim não tiveram problemas com cólica, ainda mais cólicas horrorosas e desesperadas como eram as do Matheus. Como meu bebê, só com meu leite, podia estar sofrendo daquele jeito, com aquelas cólicas, sem eu comer feijão, brócolis, beterraba, blá, blá, blá, todos os alimentos que dão gases??? O primeiro pediatra inclusive, que me foi muito bem recomendado, foi extremamente grosso quando eu enviei uma mensagem perguntando se o que tinha acontecido era normal e ele apenas respondeu: "É assim mesmo, por favor, tenha paciência, essas cólicas são normais e em poucas semanas passam." Ah, eu não faei o que tinha acontecido, né? O meu Fofuchinho ficou 16 horas sem dormir. DE-ZES-SEIS!!! Desesseis!!! Claro que eu estava cansada, claro que minha exaustão me consumia, mas minha maior preocupação naquele dia era meu boneco! Todo mundo diz que RN só dorme, como o meu RN tinha ficado dezesseis horas sem dormir, das 19h de um dia às 11h de outro, chorando na maior parte desse tempo??? Quase mandei esse médico se fuder ou tomar no cu ou pro quinto dos infernos, mas preferi somente nunca mais aparecer. Pelo amor de Deus, né? É normal? Daqui a pouco passa? Fala sério! Depois a amiga que me indicou disse que o que ela sentia falta nele era justamente isso, essa empatia, porque ele não tinha filho. Ah, então tá explicado porque ele não teve a menor sensibilidade. Mas no final tudo deu certo e isso é o que importa. Eu encontrei um pediatra humano que conseguia entender exatamente o que eu queria: investigar. Se era normal, se ia passar, ok. Mas eu queria ter certeza e disso eu posso me orgulhar como mãe: não me contentei com suposições ou achismos: fui até o fim.
Gente, vocês verão coisas nos meus posts que não havia antes, tipo palavrões. Reflexo daquela mãe leoa que todo mundo fala que surge na gente para defender nossa cria. E aí, para expressar meu sentimento, não vai dar pra medir palavras, tá? Espero que entendam.

O dificultador nesse processo de investigação foi que Matheus sempre teve cólica e apenas cólica. Tudo bem que eram horrendas, mas eram só elas e os gases. Ele nunca deixou de ganhar peso nem altura, muito pelo contrário, até hoje está no melhor quadrante de desenvolvimento, não havia sangue nas fezes (o sintoma mais clássico), não havia problemas de pele e tinha havido um ou dois episódios de resfriado, mas com mudança de tempo, na nossa cidade poluída, então não dá pra desconfiar se era ou não um sintoma a se considerar para chegarmos ao diagnóstico de alergia à proteína do leite da vaca.

Quando cheguei ao nosso pediatra, ele fez todas as perguntas, disse que realmente a barriguinha dele estava mais distendida de tantos gases e que precisávamos investigar. Disse que desconfiava de APLV mas que não tinha tanto conhecimento sobre, nos aconselhando a procurar um gastropediatra.

Foi então que lembrei que minha amiga Carla, mãe do João Pedro, já tinha esse diagnóstico do seu filhinho confirmado e a procurei para pedir indicação sobre o que fazer e quem procurar. Foi então que marquei uma consulta com a mesma gastropediatra dela.

Continua...

Mamãe Musa ainda tem tanta história! rs

4 comentários:

  1. que bom musa que ainda tem tanta historia! rs queremos ouvir todas! kkk
    beijão!
    mas as colicas já passaram????
    máyra almeida

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  2. Musa, que saudades!
    Eu tenho horror a médico que acha que os pacientes são frescos! Não quer ser incomodado com mensagens de mães, vai trabalhar com outra coisa, não pediatria!
    Que bom que seu fofinho finalmente foi diagnosticado e tratado.
    Tão bom voltar a ler seus textos...
    Beijo!

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  3. Ai que aflição! vou ser mamãe em junho e já posso imaginar como deve ter sido difícil pra vc...
    Minha mãe sempre diz pra eu confiar nos meus instintos, pq médico tem conhecimento técnico, mas ninguem conhece o bebê tanto qto a mãe.
    Quero saber o final da história... E o contato desse pediatea, claro!!
    Bjs, Daniele

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