Como conviver com a violência?

Os dias estão voando e não estou conseguindo postar como gostaria. Mas é isso aí, vida de mãe. Minha ausência se justifica por eu só postar quando o Matheus está dormindo ou quando ele está na creche, para ficar agarrada nele quando ele está perto. O problema é que quando ele está na creche eu estou no trabalho, ou no caminho. Quando estou no trabalho preciso trabalhar e no caminho não uso mais o celular. Desde que fui assaltada na semana passada, como contei na página Mamãe Musa no facebook, não uso mais o celular em lugares públicos, só em caso de extrema necessidade, tipo uma ligação da creche. Pra piorar, voltei a usar meu celular antigo de backup e a internet é mais lenta, os aplicativos não funcionam tão bem assim, enfim, aquelas coisas de quando você está usando um reserva. Fora que o antigo é um iPhone e não está atualizado ainda com o iOS 5, então não me deixa fazer nada. Grrrrrrrrrr. A parte boa é que no dia anterior (isso mesmo, no dia anterior!) eu tinha transferido as fotos do celular para o computador desde 5 meses do Matheus até hoje!!! Sério, se eu tivesse perdido isso, aí sim eu estaria chorando até agora, porque perderia história, né? Diferente se eu ficar sem tirar foto por cinco meses, mas se fossem dele seria uma perda irreparável, perderia parte do desenvolvimento, não posso nem pensar. Então, aviso a todas as mamães, backup das fotos sempre! Bem, mas voltando ao assunto, depois do assalto eu fiquei bastante encucada sobre andar com o Matheus sozinha de carro. Lembro que uma amiga minha já tinha levantado essa bola, sobre colocar ou não adesivo "Bebê a bordo" no carro, se isso afastaria os bandidos... e eu não sabia responder e naquela hora imaginei que nada tivesse a ver, até porque, se eles estão drogados ou com alto nível de adrenalina para ter coragem de realizar um assalto, não imagino que um adesivo mudaria seus planos. Só que fico extremamente bolada. Porque se estou a pé, o ladrão pede tudo, eu dou e ele vai embora (claro que na melhor das hipóteses, como foi comigo). Se estou de carro, ele pede o carro e eu digo que primeiro preciso tirar o meu bebê. E aí não tem jeito, se o cara estiver mais nervoso, vai ser fatal, porque não tem escolha. Ou eu saio com o bebê ou eu saio com o bebê. Não vou sair e deixar ele levar o carro antes de tirar meu filho. Entendem a complexidade de viver numa cidade violenta? É praticamente impossível você pensar em um dia inteiro sem os riscos envolvidos. Aí algumas leitoras podem estar pensando: Nossa, como a Musa está neurótica! Porque certamente esse seria um pensamento que talvez passasse pela minha cabeça se eu lesse isso antes, já que vivi nessa cidade por 30 anos sem ter sofrido qualquer ato de violência antes. E aí é inevitável a gente achar que tudo está longe de nós, que as coisas só acontecem com os outros e não com a gente. Quando vi que não é bem assim, resolvi me cercar de alguns cuidados. Por exemplo, enquanto eu lembrar dessa história, não dirigirei sozinha com o Matheus. Ou eu vou com alguém junto (ainda que isso não signifique me livrar do risco, mas sei lá porque, no meu psicológico, isso me ajuda a me sentir mais segura) ou eu vou de táxi, pagando muito às vezes, se tiver de ir a um evento longe. Difícil viver assim, né? Chato ter de nos privar praticamente do direito de ir e vir. Mas eu queria era ouvir das mães de filhos que ainda andam nas cadeirinhas. Como vocês fazem? Dirigem com eles sozinhos numa boa? Tomam alguns cuidados? Me contem, por favor! Com base nas outras experiências, vamos aprendendo. :)

No mais, o que posso contar para vocês é que Matheus está cada dia se adaptando mais à creche, entrando sem chorar (graças a Deus! Exceto no dia em que fui assaltada, que na minha saída ele chorou compulsivamente como nunca havia feito. Algumas pessoas até chegaram a cogitar algo espiritual, um pressentimento ou coisa assim de que algo ruim estava por acontecer comigo), está engatinhando com a maior rapidez, levantando com apoio da mesma forma, quase dando um pulo e começando a ensaiar uns passinhos para o lado, variando cada vez mais nos fonemas falados, mas nãããão, ainda não fala mamãe! Eike preguiçoso! Por mais que eu treine e que às vezes pareça que ele falou, quando eu repito ele não fala, então sei que foi uma sílaba "ma" perdida. rsrsrs

Semana que vem ele já faz 11 meses e mês que vem 1 anoooooo! Jááááááá!!! O tempo voa. Então vamos aos preparativos e depois eu conto tudo para vocês. :)

Update: Papai ligou agora e disse que esqueceu de entregar a mochila do neném na creche, tinha ficado no carrinho. Quando voltou para entregar, ele não viu o pai e estava amarradão, brincando, feliz da vida com os brinquedos, como se fosse em casa. Que feliz! Êeeeeeee!!!

E Mamãe Musa que pensava que o amor não tinha mais como crescer... bobinha essa Mamãe Musa.

5 comentários:

  1. Ai Musa, fiquei muito chateada com essa história do assalto. Já fui assaltada a mão armada tb (por incrível que pareça, em um dos bairros mais chiques de SP, Jardins!) e foi MUITO desagradável! Ainda bem, nada aconteceu comigo nem com meus pais, e os FDP levaram só carteira, celular e o relógio do meu pai. Mas enfim... depois dessa experiência, minha mãe pegou trauma e só anda de carro em SP, com motorista (como moramos no Rio, quando vamos a SP ficamos em hotel, e o "luxo" dela é pegar um carro com motorista no hotel para nunca mais correr esse risco...)
    Enfim...sabe, acho que a plaquinha de "bebe a bordo" não faz P*R*A nenhuma...o mundo hoje está cheio de mal encontros e vc ter bebe ou não, ser idoso ou não, ser portador de deficiência ou não, não muda absolutamente NADA! Sendo sincera, acho que pode até lhe tornar um alvo maior, por estar expondo que vc tem uma "vulnerabilidade," um "ponto fraco"...Vc pode até dizer que sou muito cínica e tenho uma visão cruel do mundo, mas honestamente, se ladrão está disposto a assaltar minha avó, acho que a "compaixão" e "moralidade" dele já foi pro brejo...(e sim, assaltaram minha avó ano retrasado no ônibus, indo da Barra a Copa)...sem falar nos FDP que invadiram a casa dos avôs da minha amiga no Joá, prenderam os dois idosos no armário e ameaçaram cortar o dedo da avó da minha amiga pois a aliança dela (de 50 anos!) não saía do dedo...(ainda bem que o armário que prenderam eles era na verdade, a dispensa da casa, e com um pouco de óleo ela conseguiu soltar a aliança...)

    Enfim, acho que toda precaução é pouca no Rio de Janeiro de hoje, mas também não dá para ficar presa em casa...Tem algumas coisas que vc pode fazer para não se expor tanto, tipo não parar o carro colada no carro do frente em sinal/trânsito (é sempre bom deixar espaço para vc manobrar o carro, caso veja algo suspeito); evitar estacionamentos vazios, principalmente a noite (e se estiver se sentido insegura, vc sempre pode pedir para o segurança do shopping te acompanhar ao carro...já fiz isso umas duas vezes no shopping Downtown na Barra, principalmente na época que estava tendo muito assalto/sequestro no estacionamento); sempre dirigir com as janelas fechadas e de preferência, não dirigir sozinha a noite (essa eu tenho uma dificuldade enorme...pois acho o fim da picada, pois afinal, Brasil não é Arabia Saudita...)
    Pode me chamar de paranóica, mas hoje em dia, no Rio, se sei que vou andar a pé, não saio nem com aliança no dedo (nem brinco nem relógio nem nada). Minha bolsa é mínima, só com um documento, uns trocados e um cartão de crédito (obs: por ridículo que seja, o doc, cartão de crédito e trocados não vão na carteira, mas naquele zíper lateral da bolsa...a "carteira" na verdade não é minha carteira...tem apenas um cartão de débito antigo, uns R$20, e só! É o que minha mãe chama de "carteira pro ladrão"...depois do assalto em SP, ela anda com um necessaire de plástico ridículo na bolsa que é a carteira "de verdade," enquanto a carteira mesmo é "pro ladrão")

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  2. Acho tudo isso SUPER triste e enfurecedor, principalmente pois estou acostumada com a realidade aqui do exterior, aonde entro no transporte público com Iphone, Ipad e laptop e me sinto 100% segura! Quando me perguntam se não sinto saudades do Brasil, se não penso em voltar, etc, minha resposta em geral é "Não. Aqui, minha segurança não é um privilégio e sim um direito meu, como de qualquer outra pessoa. No Rio, segurança é privilégio...e mesmo assim, não funciona toda hora..."

    Torço muito para que isso mude em breve, trazendo mais segurança e paz para a cidade linda que é o Rio de Janeiro (e tb para o Brasil, pois esse tipo de violência não acontece somente no Rio), mas até o governo resolver investir MESMO em educação, infelizmente não vejo essa melhora no futuro próximo...até lá, a gente vai fazendo o que pode, evitando ser refém na própria cidade...
    Beijinhos e espero que o trauma passe logo e que você nunca mais tenha que lidar com esse tipo de ocorrência.

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  3. Acho muito chato também essa história de perdemos o direito de ser livres por causa da violência. Nunca fui assaltada, mas também não saio só!

    Beijos

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  4. A violência existe em todo lugar.. Já tentaram roubar meu celular na rua, eu reagi mas o cara não levou, em compensação fiquei com pescoço arranhado e tempos depois me levaram o celular no ônibus.
    Não era um iphone como o seu, era simples mas fiquei bem arrasada.
    Big Beijos

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  5. Ai Musa eu tinha viso seu relato no face, ninguem merece né! fiquei feliz q no final vc ficou bem, pelo menos fisicamente.
    Eu te entendo pq eu sou bastante neurotica, desde quando morava em cidade pequena do interior meus pais ja eram neuroticos, entao cresci com isso da segurança :(
    Infelizmente nosso país é assim

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Fico feliz quando você comenta!

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