O PRODIAPE

Como falei, graças a Deus, eu conhecia uma amiga que foi como um anjo na minha vida para me ajudar nas questões burocráticas relacionadas à APLV, já que ela tinha essa experiência com o filhinho. Então, liguei para ela, disse que o diagnóstico estava confirmado e ela me indicou o PRODIAPE, que é um programa do governo destinado a crianças que necessitam de leites especiais. Todos os alérgicos à proteína do leite da vaca têm direito a participarem do programa, independentemente de comprovação de renda ou afins. Claro que se eu fosse rica não entraria no programa, pois até você conseguir ser cadastrado, há todo um perrengue por trás que faz de tudo para você desistir. Mas muito me impelia a seguir em frente: além de ter o leite financiado pelo governo, eu teria o atendimento da gastropediatra que coincidentemente trabalha no hospital que fornece o leite, Hospital Jesus, único responsável pela distribuição no Rio de Janeiro. Como a consulta dela era particular, já que ela não atende o meu plano, seria mais um fator motivador a conseguir entrar no programa.

Para conseguir o cadastramento, o procedimento é ir a um posto de saúde, passar pelo pediatra de lá que preencherá uma guia encaminhando a criança ao PRODIAPE. Fui ao primeiro posto, o mais perto da minha casa, e desconheciam do que se tratava. Rodei, rodei, perguntei e ninguém sabia me dizer nada. Muito pelo contrário, me olhavam com uma cara de desdém como se eu fosse uma louca procurando por aquilo. Fui embora meio desolada e no dia seguinte fui a outro posto de saúde, mais perto do hospital Jesus, e lá sabiam o que era (ainda bem!), conseguimos uma senha e, depois de uma tarde inteira, fui atendida pela pediatra. Ela examinou o Matheus, contei tudo que estava acontecendo e pedi para ela colocar urgência no pedido, já que o leite é muito caro. A médica disse que não podia colocar emergência (o adesivo vermelho), mas colocaria urgência (amarelo) e que era para eu aguardar em casa que iam me ligar. 

Graças a Deus, quando eu já estava desanimada porque conhecemos a saúde pública em nosso país, e sabe Deus quando iam me ligar, apareceu outro anjo na minha vida, uma conhecida que trabalha num posto de saúde, que cadastrou o Matheus rapidamente no sistema e já me deu uma data para a consulta dele, que seria no final do mês seguinte. Liguei para a gastropediatra que conseguiu um encaixe para a semana seguinte. Ufa, eu estava rezando muito para tudo dar certo e Deus nunca falha! Fomos eu, minha mãe e meu boneco e passamos o dia no hospital. Depois de muitos encontros e desencontros, passa aqui, passa ali, desce e sobe pra esse e aquele setor, faz prontuário, pesa neném, vai à consulta, sem água, sem comida, sem nada... saímos de lá devidamente inseridos no programa e com as latas de leite debaixo do braço. Eba! Agora era SÓ ir TODO MÊS pegar os leites para consumo até o mês seguinte. Fuen, fuen, fuen, fuen, fuen...

Eu poderia estar reclamando, sabem? É sacrifício, é perrengue, você passa quase o dia inteiro com o neném no braço (que já está bem pesado, fora a bolsa pesada que também temos de levar com alimentação pra ele, roupa extra, fraldas, paninhos e afins), irritado, nervoso de estar ali, querendo ir pra casa, ou ir pra rua, ou dormir com ventilador... tem de ir com estômago bem forrado, levar garrafinha d'água, negociar com chefe e faltar trabalho para compensar depois (os dois porque um tem de levar o neném e o outro as latas de leite), ... mas vou te dizer, depois que você conhece esse hospital você não reclama. Não posso reclamar meeeessssmo e de nada, só posso agradecer. Agradeço porque meu filho, apesar dessa alergia ao leite, é saudável. Essa alergia conseguimos controlar com dieta e se Deus quiser passará por volta de dois anos, assim como acontece com 95% dos APLV. Mas a maioria do que vemos lá não tem cura. Esse hospital é conhecido por cuidar de crianças deficientes, então, além desse desgaste físico que citei, o desgate psicológico é de arrepiar. Uma loucura. A gente vê crianças com doenças graves, incuráveis ou totalmente limitantes. A gente ouve histórias tristes e sacrificantes que nos fazem ver que o que temos é o de menos e que antes de reclamar dos nossos problemas devemos olhar para o lado. Claro que isso soa como lição de moral e esse não é meu objetivo, e sim contar a experiência e até ajudar a quem precise com meu relato de quem viveu/vive com o filho a alergia ao leite. Mas é inevitável ficarmos mais sensíveis à dor dos pais que estão lá no hospital acompanhando essas crianças. Aí também conseguimos ver aquele amor incondicional dos que fazem de tudo pelos filhos.

Mas é isso aí! Agora estamos indo mensalmente às consultas que às vezes são conduzidas pela gastro, outras pela nutricionista. Matheus aos 6 meses começou nas papinhas, já está nas salgadas, e agora aos 8 meses só falta experimentar ovo, que será liberado acho que na próxima consulta. Agora vem a parte importante: até agora não deu reação a naaaaadaaaaa, não foi alérgico a naaaaaadaaaaa (dancinha da felicidade!!!) Fé em Deus que em breve meu  menininho estará comendo 30 brigadeiros sem nem dor de barriga! hehehehe.

Acho que falei tudo, né? Se tiverem dúvidas, perguntem! Estamos aqui para trocar experiências, aprender  muito e ensinar um pouquinho. :)

Mamãe Musa agora vai falar um pouco de amenidades. Acho que está na hora de vocês verem umas fotinhos do batizado,  né não?

7 comentários:

  1. Oba! Que bom que Matheus não mostrou mais nenhuma outra alergia!!! Woohoo!!! :)
    A minha irmã foi alérgica a leite até os 5-6 anos, depois passou...hoje ela é mega-chocólatra! rsrsrsrs
    Ah, se precisar tenho uma receita de bolo vegano (sem leite nem ovo, mas de chocolate) que é uma delícia!!! (e é MEGA fácil de fazer)
    No Brasil eles liberam ovo antes do 1o aniversário? Aqui nos EUA, ovo, amendoim (e mais alguns) só liberam a partir dos 12 meses...uma amiga minha que AMA omelete está LOUCA para a filha completar 12 meses (só faltam mais 3 semanas rsrsrs) para poder "apresentar" a filhinha dela ao seu prato predileto rsrsrs :)
    Beijinhos e fico feliz de saber que essa história da APLV foi resolvida.

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  2. Que bom que deu tudo certo...fico feliz!!!
    Fico tão alegre quando vejo que tem post novo...você nem imagina...ham....e quero ver as fotos...
    Bjim

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  3. Estou passando pelo mesmo drama da APLV tbm me indicaram o programa PRODIAPE mas não sei aonde consigo o encaminhamento por favor me diz aonde vc conseguiu em que posto
    / hospital tenho que resolver isso com urgencia, estou desesperada com muito medo de perder minha filha, ela tem sangue nas fezes, sangue vivo, ja trocamos de leite varias fezes aptamil, aptamil confort, enfamil gentlease, aptamil soja e nada resolve me ajude, meu email caroline.biasotto@oi.com.br no face caroline biasotto um abraço e saúde para vcs

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  4. estou com consulta marcada para minha filha, la no hospital jesus.....
    so uma pergunta, quantas latas de leite vc pegou? teve algum mês que o hospital ficou sem leite? meu email: danilofj07@ig.com.br

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  5. Olá Musa, estou precisando saber qual foi a Unidade de saude que vc conseguiu o encaminhamento, pois tenho uma amiga na mesma situação. Nas unidades de saude não conhecem o Prodiape. Vi q o mais proximo do Hospital jesus é a Unidade de saude Maria Augusta Estrella. meu email para resposta: juliana.aom@gmail.com

    obr

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  6. Olá Musa, preciso saber qual unidade de saude vc conseguiu o encaminhamento, pois tenho uma amiga q esta nesta situação... As unides de saude q foi não conhecem o Prodiape. Pelo q vi o mais perto do Hospital jesus é a unidade Maria Augusta Estrella, é esse? Meu email para resposta: juliana.aom@gmail.com
    Obr

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  7. Meninas, eu fui ate a defensoria publica, la eles me encaminharam ao posto de saude da Cidade de Deus, la eles fizeram o encsminhamento ao Prodiape marcando a primeira consulta.

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Fico feliz quando você comenta!

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