A síndrome da segunda-feira materna

Toda segunda-feira sinto muita saudade. Acho que com toda mãe é assim. Mas tem dia que a saudade dói daquele jeito bem doído, que dá nó na garganta, que fica prestes a desencadear uma crise de choro. Tipo como dói o amor de quando a gente ama muito. Parece que os filhos sabem quando você está mais sensível e te dão um sorriso ainda mais bonito de manhã. Hoje deixei-os na creche assim: sorridentes, felizes. E eu tô aqui cabisbaixa de vontade de ficar com eles. Nem inspiração tô conseguindo de tanto aperto que tô sentindo. Engraçado que o trabalho da mãe na maioria das vezes é um descanso depois do final de semana agitado, correndo e brincando junto com eles, arrumando comida, banho, mamá, tudo no tempo e na hora. A hora de sair então é uma loucura. Temos de prever as fraldas, as mudas de roupa, a alimentação e todo o aparato além maternidade. Se for pra uma festa, os presentes. Se for pra um piquenique, as outras comidas, repelente, bola... Se for para o clube, bóia, roupa de banho, filtro solar,... E claro, carteira, celular e, principalmente, câmera para babar nossa cria. Tudo é tão cansativo, mas feito com tanto amor. E que antítese gera acordar numa segunda-feira "útil". Útil para o trabalho, mas tão inútil para a maternidade. Quanto vazio deixa em mim entregá-los de manhã cedo na escola. Até sei que vou descansar fisicamente, mas quanto tempo vou ficar longe deles até sexta-feira? Quanto vou perder das inéditas gracinhas da Giovanna e das novas pérolas do Matheus? É difícil. A vida moderna é muito injusta com a maternidade.

Acho que a síndrome da segunda-feira depois dos filhos é infinitamente maior que aquela de fim de domingo que sentimos antes de ter filhos, afinal, a de domingo, sente mais quem não gosta do trabalho. Até sente quem gosta do trabalho mas vive uma vida de lazer intensa, quem aproveita a vida com prazer fora do trabalho. Mas a síndrome da segunda-feira materna não deve ter quem não sinta. Tem a ver com amor, não com preguiça. Tem a ver com sentimento, não só com preferência. Tem a ver com aquele amor incondicional difícil explicar que nos faz querer estar perto o tempo todo. Tem a ver com o tempo que não volta e não conseguiremos substituir. E parece que nunca vai acabar, seja estando na escola ou em outro lugar. E ainda teremos tanto a enfrentar na longa estrada da maternidade... tantas separações, tantas ausências. Aí é que a gente volta ao trabalho pra não ficar de cabeça vazia e sofrer só de pensar.

No final acho que esse texto ficou muito melancólico... não era pra ser assim e não combina comigo. Mas como os textos refletem também nosso estado de espírito, talvez hoje eu não esteja muito bem. E a grande verdade é que enquanto nós mães somos o porto seguro, eles são nossa fortaleza... e nos dias em que não estamos bem é quando mais precisamos deles.

Eu e eles curtindo uma festinha no sábado

Mamãe Musa só quer que o dia termine bem, parafraseando a cantora.

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