Como surgiu minha #maternidadesincera

Antes mesmo de ser mãe, lá no ano do meu casamento, eu li uma reportagem sobre mães que mentem sobre a criação dos filhos e agora, buscando por palavras-chave, consegui encontrar no Google, a quem interessar possa, link aqui.

Os anos passaram, eu virei mãe de um, virei mãe de dois e acho que esqueci desse artigo. Sempre fui uma pessoa do tipo sincera, demais às vezes. Nunca fiz disso motivo pra grosseria (aliás, acho de péssimo tom confundir sinceridade com grosseria), mas tenho certa dificuldade em ser falsa, até quando precisaria ser, escondendo, por exemplo, que não estou gostando de certa situação. Mostro no ato porque meu semblante muda na hora, sou muito transparente. 

Acho que talvez por essa característica, minha vida sempre foi o que chamam de "livro aberto", eu conto as coisas pra quem gosto, gosto da empolgação das pessoas comigo pelos fatos felizes e da solidariedade nos momentos tristes. 

Depois da maternidade, não foi diferente, eu contava e conto o que meus filhos faziam de legal e de nem tão legal assim. Mas passei a perceber que muitas não o faziam... Mandavam fotos cute cute, faziam festinha com as novas gracinhas, compartilhavam as fases do desenvolvimento... mas nunca o que as incomodava. Achava estranho só o meu filho acordar várias vezes à noite, só a minha filha demandar minha atenção o tempo todo a ponto de chorar se a colocar um minuto no chão só pra eu fazer xixi... isso pra citar um só exemplo de cada entre tantos. Mas ué... será então que era eu a diferente? Isso só acontecia comigo? Ou fazendo uma analogia a um ditado popular, seria a grama da mãe vizinha mais verde que a minha? 

Até que um dia na casa de uma amiga que não convém citar o nome, numa ocasião que não vem ao caso, o filho de uma outra amiga cujo nome é ainda melhor evitar, percebi que um dos super bons meninos que só fazia gracinhas e nunca pirraça tinha crises de choro e a chamada birra ainda mais explosivas que o meu tinha.

Tal situação me fez refletir quantas vezes eu tinha me sentido uma péssima mãe ou achado que meu filho estava mais desobediente que a média ou achado que minha filha demandava mais que a média. E me atentou pro fato de como a maioria das mães não são sinceras. E como essa "falsa maternidade" (desculpem o nome pesado, mas entendam como o antônimo de maternidade sincera) faz mal a mães que estão no mesmo barco, gente! 

Eu já fazia alguns posts do tipo no facebook. Lembro de um em que escrevi algo do tipo "Não, não, conselho tutelar. Eu não estou espancando, eu só estou tentando colocar soro no nariz dele" fazendo alusão a um momento em que o Matheus chorava e gritava enquanto eu penava pra consegui colocar soro no nariz dele pra evitar que a gripe continuasse. 

Minha mãe conversou comigo dizendo que não era para eu fazer aquele tipo de post porque parecia que estava mais difícil lidar com meu filho que os outros. Que ela já tinha passado momentos ruins na maternidade, mas ninguém ficou sabendo e quando passou, parecia que os outros que divulgaram suas situações difíceis tinham passado momentos muito piores que ela. Cabe destacar que esses momentos difíceis foram ligados ao meu irmão, né, gente, eu sempre fui um anjo! hahahaha

Brincadeiras à parte, entendo a necessidade dela de defender os netinhos e respeito esse tipo de pensamento, mas não posso concordar. Não posso concordar porque fingir que a maternidade é só cor de rosa, não contar pra ninguém o que de ruim acontece é sonegar uma informação que eu já tenho e que talvez outra mãe não tenha. É deixá-la pensar que não tem preparo pra lidar com seu filho "malcriado" quando ele é, sim, bem criado e só está passando por uma fase que toda criança passa. É fazê-la acreditar talvez que está fazendo alguma coisa errada quando, sem dúvida, ela é a melhor mãe que pode ser. 

Vocês têm alguma dúvida de que amo meus filhos mais do que eu mesma? Não, né? Vocês acham que eu falar das falhas me desabona como mãe? Imagino que nem um pouco, até porque acho que uma mãe ruim não merece leitura nem seguidores.

Então, faço aqui um apelo. Se você fez uma autorreflexão e se encaixou nesse perfil, se omite ou esconde suas fraquezas das outras mães, pare com isso, por favor. Faço o apelo por uma #maternidadesincera porque nossos filhos serão sempre os mais amados do mundo, seja do jeito que for! 

Já que é terça-feira, um desejo abençoado de uma excelente semana para vocês. E aceito sugestões sobre o que escrever. Tem tanta coisa... o que vocês querem primeiro? Respondam nos comentários.

Beijo beijo.

4 comentários:

  1. Musinha,
    Mães fazem mto isso - eu que nem sou mãe ja percebi.
    Mas nao apenas elas!
    Lembro uma vez que conversei com uma amiga recem-casada e disse: Menina, no primeiro ano eu tive vontade de tacar o Leandro pela janela VARIAS VEZES.
    Ela me olhou com uns olhos esbugalhados, cheios de lagrimas, e falou que se sentia mal pq tb pensou assim mas que as amigas so diziam que era tudo lindo e maravilhoso na vida de casada. Nao pode ser que so ela e eu tivessemos problemas pra nos adaptar ne?
    Nao vejo mal algum em ser sincera, principalmenta quando estamos entre amigos.
    Ficar criando um mundo cor de rosa só gera mais frustração.
    Eu sou team #mulhersincera e no futuro serei #maternidadesincera tb! rs

    Beijos

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    1. Amiga, sua analogia foi perfeita! É verdade, isso pode acontecer em todos os campos da vida. Beijocas!

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  2. Oi Musa.
    Se não perdi nada, creio que você não falou sobre o parto da Gigi. Sei que faz taaaanto tempo, mas tenho curiosidade para saber se você conseguiu o "temido" parto normal.
    Ahh o período do Mateus com a babá e a evolução para a creche seria legal também.
    Adoro seus textos sinceros.
    Beijos

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    1. Fran, até tinha esquecido de responder, vou fazer os dois textos, podexá! :)
      Beijos

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Fico feliz quando você comenta!

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