Educar dá trabalho...



Essa semana fiz esse selinho para minha página que fez sucesso. A galera concordando, curtindo e compartilhando. Acho difícil discordar dessa afirmação. Educar dá trabalho, é difícil, é chato. Só o resultado é prazeroso, mas a hora da educação mesmo, sabemos que essa não é lá muito prazerosa... até pode ser em algumas vezes que você está ensinando ou dando exemplos numa conversa natural. Mas no conflito, com a criança chorando, testando os limites e experimentando o certo e o errado, não é.

Ontem uma amiga me contou que uma das personagens da novela do horário nobre, a Lília Cabral, refletia sobre o que ela tinha errado na educação de um do filho para que ele se tornasse tão inescrupuloso. Por mais que eu ache que um pouco da índole vem do nascimento e personalidade (não sei quanto exatamente, não estudei mais a fundo o tema), é bom mesmo que estejamos sempre refletindo a qualidade dos nossos exemplos e nossa orientação sobre o certo errado para criarmos melhores cidadãos para o mundo.

Como falo sempre, ninguém é perfeito e nossos defeitos vêm à tona principalmente em momentos de tensão e stress, como aquele choro sem motivo aparente, como uma atitude inesperada quando a criança parece querer te afrontar. Por isso acho que nossa reflexão sobre educação deve ser diária e se achar que errou um dia, tentar fazer diferente no outro, para não chegar ao ponto que chegou a personagem que não se o nome (miajudem) a se questionar depois de sei lá, mais de 30 anos... quando quase sempre já é tarde demais.

Digo isso por experiência própria: Ontem por exemplo foi um dia muito cansativo. Eu estava durante o dia vendo estrelinhas nos olhos, sabe quando você dorme mal e o olho fica meio que pulando e com umas faisquinhas? Estava tonta e aérea, porque, por conta do dente, a Gigi tinha dormido muito mal na noite anterior, passei a madrugada dormindo sentada com ela no colo. Só dormi desde a hora que o relógio despertou para ir à academia (5:30h, não fui), até a hora que o Matheus espontaneamente acordou (umas 7h).

Busquei-os na creche e cheguei à casa já dando várias uvas para o Matheus. Liguei a televisão para esperar a casa do Mickey tentando mantê-lo sentadinho o maior tempo possível porque eu não tinha pique para brincar. Graças a Deus, Giovanna estava bem, mamou e dormiu cedo, mas eu ainda precisava fazer toda a rotina de lavar mamadeiras, arrumar mochila, minha comida do dia seguinte... e estava muito, muito cansada. Eu não pude parar para brincar e conversar com o Matheus. Só um papinho rápido enquanto eu fazia atividades imprescindíveis ao mesmo tempo, mas não parar, olhar nos olhos, sentar no chão e ficar no nível dele, como normalmente faço. Eu acho que fazendo uma autorreflexão do que consegui educar, do que consegui me doar para meus filhos dia a dia, consigo ter consciência do quanto preciso compensar no dia seguinte. 

Reforço sempre que quando escrevo esses textos, não significa que sou dona da verdade. Também preciso de ajuda! E se você tiver sugestões ou críticas, estou sempre aceitando... escrevo dizendo o que faço tentando acertar. Acho que consigo acertar mais na educação com essa reflexão diária sobre o que fiz e o que deixei de fazer, sobre o que penso que fiz errado e como poderia melhorar.

Quando faço essas reflexões, tento também pensar nos últimos acontecimentos cotidianos em que a maternagem está envolvida. Um caso interessante a ser abordado, por exemplo, é o caso da mãe que expôs o filho ao ridículo filmando uma surra nele depois de ele ter deixado na rede um vídeo de relações sexuais com a namorada. Para mim, é difícil não julgar esse tipo de comportamento. Aqui não estou julgando o que o menino fez, atitude nojenta e abominável. Mas o meu texto é materno e sob esse aspecto que quero abordar. Será mesmo que para punir o filho pelo que fez ela precisava colocar um vídeo do filho apanhando na internet? Primeiro, faz uma apologia à violência, segundo a educação deve ser feita com restrição do prazer e não com agressão. O que vai adiantar na educação do filho dela dar uma surra e mostrar pro mundo, gente? Pra mim, não adianta nada. Será que em algum momento ela se perguntou por que ele fez isso? Será que ensinou a respeitar as mulheres desde a infância? Ou ensinou a ser pegador e exibia seu filho como macho? Será que com exemplos ou atitudes não reproduzia um discurso da mulher como objeto sexual? 

Novamente citando a cena da novela, minhas amigas disseram ser tão marcante que fui ver (não curto tv, então não assisti à novela e não sabia que estava nos últimos capítulos, mas gosto de ver a última semana que acho que já me dá boa noção para estar por dentro dos papos rsrsrs). A cena mostrou que a mãe instigou o filho a desejar o poder do pai desde sempre. Será que se não tivesse havido esse estímulo à competição e até mesmo ao ódio contra o pai (pela própria mãe), ele se tornaria o que se tornou?

Entendem que bater "é fácil"? Entendem que a educação é um processo muito mais lento e doloroso, que leva tempo e demanda disponibilidade? 

Falando em disponibilidade e falando de outro episódio recente na tv, em uma enquete do Fantástico, 86% das pessoas acharam maneiro os treinamentos de disciplina para crianças e adolescentes que os tratava com sofrimento e punição todo o tempo, e mais, por outras pessoas. A que ponto chegamos? Terceirizamos a educação? Perdemos o controle? Onde nossa sociedade está errando? Como podemos achar certo (digo podemos porque 86% é um número muito alto, gente, e, se é maioria, é o que domina por sermos democracia) tal grau de violência com nossos filhos, que teoricamente foram concebidos para serem cercados de amor, cuidado e, principalmente, nesse caso, respeito?

O que que vocês acham? Podem me escrever sobre a opinião de vocês sobre esses temas que citei? Como falei, eu também busco aprender dia a dia na maternagem e tenho curiosidade de saber se meus pensamentos estão alinhados aos de quem lê os meus textos, se estou sendo muito "pollyana"... Estou aguardando seus comentários.

Beijocas e bom fim de semana!

2 comentários:

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