Parto (ou não parto) do princípio

O título foi um trocadilho porque não sei muito por onde começar. Primeiro porque pensei muito em como escrever esse texto sem prestar um desserviço à humanização dos nascimentos. Gosto de usar humanização dos nascimentos (e não do parto) porque como li em umas palavras da conhecida obstetriz Ana Cristina Duarte, "nem todo parto humanizado é natural ou sem intervenção. Humanização não é tirar a tecnologia. É usá-la para quem precisa, após discussão de riscos e benefícios e após consentimento." Aí fiquei naquela, né, como é que eu escrevo isso...

Então vamos voltar lá no parto do Matheus. Na época eu me senti meio que enganada, sabem? Meio engano da médica, meio culpa minha que não busquei me informar... uma situação na verdade causada pelo sistema de cesarianas no Brasil em que eu apenas reproduzi o comportamento da maioria sem muito me questionar e também porque eu queria ser mãe, nada mais que ser mãe, não importava o jeito que fosse o nascimento. Não sei se vocês lembram que eu descobri que tinha endometriose e é aquilo, né? Eu nunca tinha tentado engravidar pra saber se teria facilidade ou não. 

Eu era crua no assunto e a experiência mais próxima que tinha era a da minha mãe, pró-cesárea. Mas entre o nascimento do Matheus e o da Giovanna aconteceram alguns partos de pessoas próximas e comecei a me interessar... Junto a isso, uma amiga que muito admiro, Fernanda, hoje madrinha da Gio, é estudiosa e defensora ferrenha do parto e começamos a conversar sobre isso. A campanha do filme O Renascimento do Parto estava a todo vapor. Comecei a ler tudo sobre o assunto na internet. De tudo isso misturado, por acreditar ser o melhor para o neném (pra não falar pra mãe também) começou a surgir em mim um  grande desejo de viver a experiência do parto natural, o que pra mim passou a ser o óbvio.

Até mais ou menos a metade da gestação, conheci 2 médicas humanizadas do Rio (ambas particulares) e gostei muito das duas. Foram um amor no consultório e tiraram todas as minhas dúvidas. Só que eu estava tendo um problema de desmaios e queda de pressão intensa, tipo ir a 7X4, e não recebi retorno adequado de atendimento de nenhuma delas. Isso aconteceu em momentos diferentes, uma fui no início da gestação e a outra lá pelas 15 semanas. Precisei pegar o pedido da ultra morfológica com um médico clínico geral pai do meu amigo porque eu não conseguia atendimento.

Eu já estava me sentindo perdida e confusa quando minha amiga Karine (que tinha passado por um vbac e sempre entendia muito minhas angústias) me indicou uma doula com quem muito me identifiquei, a Luciana Fernandes. Muito simpática, solítica, com um atendimento super rápido por qualquer meio de comunicação, principalmente whatsapp que amo. Fechamos que seria ela quem me acompanharia e realmente, conversar com ela sempre me deixava mais tranquila,mas eu ainda não estava totalmente confortável. Não queria me sentir desamparada no atendimento médico.

Um dia, conversando com minha amiga Mayra, ela me indicou a Dra. Bernadette Bousada, que havia auxiliado no parto da amiga dela. Consegui consulta pra mais ou menos depois de um mês. Ela só atendia um dia na semana. Como estava tudo indo bem, ultras sem intercorrências e episódios de me sentir mal menos frequentes, aguardei. Eu já estava na 29ª semana. Foi amor à primeira consulta.

Continua...

2 comentários:

  1. Amei o post, estava mesmo curiosa pra saber como foi o parto da Gio.

    Sempre leio vc aqui no blog e super acompanho no face e insta.

    Beijos.

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